Partido Comunista Portugu�s
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"É que isto não fica assim..."
Ruben de Carvalho no "Diário de Notícias"
Domingo, 30 Janeiro 2005

Faz parte das práticas da governação que um novo executivo de filiação partidária diferente do que o precedeu (por vezes, nem isso) atribua ao anterior erros e tropelias cujas consequências se prolongam no tempo e justificam tudo dificuldades em concretizar irrealistas promessas, indispensabilidade de medidas gravosas para o cidadão ao "corrigir" danos causados, etc. Durão Barroso levou a táctica ao limite, não porque as nada pequenas derrapagens guterristas fossem desmesuradamente imensas, mas porque articulou uma poderosa operação política: levando o problema do défice aos limites, ganhou espaço para o mais vasto e articulado ataque ao Portugal configurado pelo 25 de Abril. O défice e "a tanga" cobriram privatizações na saúde, ataques aos direitos dos trabalhadores, inadmissíveis interferências na justiça e nas forças de segurança, uma política internacional de inteiro servilismo face a Washington e muito, muito mais. Ora, o próximo Governo irá encontrar, sem sequer precisar de forçar a verdade, o País a braços com o acumular de despautérios e problemas de que não há memória nem nas agitações da I República, nem nas vicissitudes oitocentistas do "rotativismo". Pense-se apenas no fundo de pensões da CGD se a medida for declarada inconstitucional - tudo o indica -, o novo Governo herda um Orçamento com o défice abaixo de 3% que se transforma num acima de 3%! Os governos PS nunca precisaram de pretexto para fazerem tropelias. Imagine-se agora no meio desta trapalhada toda...