Partido Comunista Português
Intervenção de José Casanova, no Comicio de Encerramento da Festa do «Avante!»
Domingo, 03 Setembro 2006
Foto  José CasanovaTrago-vos as saudações fraternas do colectivo do Avante!, o jornal que dá o nome à nossa Festa. Saudamos, em primeiro lugar, os construtores da Festa – todos os construtores da Festa: os milhares de camaradas, militantes e simpatizantes do Partido, que ergueram esta bela cidade da Atalaia e, de entre eles, os militantes e simpatizantes da JCP que, de ano para ano, fazem da Festa do Avante! cada vez mais a Festa da Juventude; os milhares de camaradas que, nas suas organizações, concretizaram todas as tarefas necessárias à realização da Festa, desde a preparação do recheio dos stands até à divulgação da Festa e à venda das EP’s; os milhares de camaradas e amigos que asseguraram o funcionamento da Festa neste três dias; os camaradas da Direcção da Festa, que souberam conceber e organizar a construção e o funcionamento desta enorme cidade; e, ainda, os camaradas que, durante todo o tempo de construção da Festa, em diversas frente de trabalho, estiveram na organização e na direcção da luta contra a política de direita; saudamos, afinal, aquele que é o grande construtor da Festa: o nosso grande colectivo partidário, o nosso Partido Comunista Português.

Saudamos, igualmente, com muita amizade, os milhares de visitantes da Festa não militantes do PCP que, também eles, com a sua presença, são construtores destes três dias de convívio fraterno e solidário. E destes amigos despedimo-nos com o habitual «até para o ano», que o mesmo é dizer-lhes até à próxima Festa; e «até breve», que o mesmo é dizer-lhes que contamos com eles ao nosso lado nas muitas lutas a que a política de direita nos obriga, lutas na primeira fila das quais, podemos garantir-lhes, encontrarão os militantes comunistas, sempre com os trabalhadores e com o povo.

Saudamos, também, todas as entidades públicas, privadas e associativas, que nos deram o seu apoio e de que destacamos: as câmaras municipais da Moita, de Almada, de Palmela, de Setúbal, do Seixal, de Lisboa; as juntas de freguesia da Caparica, da Amora, de Corroios, do Laranjeiro – e muitas outras juntas de freguesia de Lisboa, Setúbal, Santarém e Alentejo, que apoiaram o Desporto na Festa; a Polícia de Segurança Pública da Cruz de Pau; os Bombeiros Voluntários da Trafaria, de Almada, de Cacilhas, de Sesimbra, do Seixal, de Sul e Sueste, do Corpo de Salvação Pública; a Federação Distrital dos Bombeiros; o Amora Futebol Clube e inúmeras outras associações desportivas; a Venamar; a Amarsul; a Frest Watter; as associações de paraquedistas de Loures e do Seixal; a Fertagus; a Sul Fertagus; os Transportes Sul do Tejo; a Região de Turismo de Setúbal.

Saudamos, finalmente, de forma muito fraterna e solidária, os camaradas e companheiros de luta, representando partidos comunistas e organizações progressistas e de esquerda, vindos da Alemanha, Angola, Argélia, Bélgica, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Chile, China, Chipre, Colômbia, Coreia, Cuba, El Salvador, Espanha, França, Grã-Bretanha, Grécia, Guiné-Bissau, Holanda, Israel, Itália, Japão, Líbano, Marrocos, Moçambique, Palestina, Peru, República Checa, Rússia, Sahara Ocidental, Timor Leste, Turquia, Uruguai, Venezuela e Vietname.

A todos estes camaradas e companheiros pedimos que transmitam aos seus partidos e aos trabalhadores dos seus países as saudações revolucionárias e a solidariedade de combate dos comunistas portugueses; a todos desejamos os maiores êxitos nas lutas que levam a cabo nos seus países; a todos expressamos a nossa opinião de que o tempo que vivemos exige cada vez mais a conjugação de forças, de vontades, de esforços, de resistências; exige cada vez mais a luta e a solidariedade internacionalista – e exige, cada vez mais, a existência de partidos comunistas fortes, influentes e implantados junto das massas trabalhadoras.

Porque neste tempo de terrorismo à solta em que vivemos, os trabalhadores e os povos são os alvos primeiros da tentativa de globalização capitalista que acentua o terror, a exploração e a opressão: são os alvos do terrorismo que destrói países, que mata centenas de milhares de pessoas no Líbano, na Palestina, no Iraque, no Afeganistão; são os alvos desse outro tipo de terrorismo que cerca Cuba num embargo criminoso e, no momento actual, desencadeia uma ofensiva provocatória em larga escala contra a pátria de Fidel Castro; dessa outra forma de terrorismo que é a pressão visando impedir que os povos da Venezuela e da Bolívia sigam os caminhos de liberdade e de justiça social por que optaram; dessa outra espécie de terrorismo que condena à miséria e à morte pela fome, em todo o Planeta, centenas de milhões de homens, mulheres e crianças – e deste outro tipo de terrorismo que, no nosso País, dá pelo nome de política de direita, e que condena mais de meio milhão de trabalhadores ao desemprego e mais de um milhão ao emprego precário; que condena a imensa maioria dos portugueses a condições de vida e de trabalho cada vez mais difíceis; que dispara impiedosamente sobre os direitos, liberdades e garantias conquistadas pelos trabalhadores e pelos cidadãos com a revolução de Abril.

São todos estes tipos de terrorismo que os trabalhadores e os povos do mundo têm que enfrentar, lutando com a convicção profunda de que a única alternativa à barbárie capitalista e imperialista é o socialismo e o comunismo.

 

Realiza-se a trigésima Festa do Avante! no ano em que o nosso Partido e o nosso Avante! fazem, respectivamente, 85 e 75 anos. São três  comemorações que - juntamente com o trigésimo aniversário da Constituição de Abril, com o centésimo aniversário do nascimento de Fernando Lopes-Graça e com o 45.º aniversário do assassinato de José Dias Coelho – estão estreitamente ligadas à história da luta dos comunistas portugueses ao longo dos tempos.

Comemoramos a trigésima Festa do Avante!, esta como as vinte e nove anteriores, uma festa da cultura e do convívio, da alegria e da fraternidade, da solidariedade e da camaradagem, da amizade e do amor – festa de luta, e que, como tal, é parte integrante da luta que todos os dias travamos contra a política de direita.

Comemoramos os 85 anos de vida do PCP – partido da resistência antifascista, partido da Revolução de Abril e da democracia dela nascida, partido da luta contra a ofensiva da política de direita; e sempre, sempre, partido da classe operária e de todos os trabalhadores, partido da Juventude, partido que tem como objectivo maior a construção de uma sociedade liberta de todas as formas de opressão e de exploração, a sociedade comunista.

Comemoramos os 75 anos do Avante!, órgão central do PCP – o único jornal português que nunca se submeteu à censura fascista e foi, nesses tempos de violência e de brutalidade, a voz dos que não tinham voz; como hoje continua a ser o porta-voz dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.

Temos muita razões para estar orgulhosos do nosso Partido, do nosso Avante!, da nossa Festa do Avante! Temos muitas razões, ao fim e ao cabo, para nos orgulharmos da nossa condição de militantes comunistas.

Estamos a aproximar-nos do final desta 30.ª Festa do Avante!. A nossa Festa foi, desde a sua primeira edição em 1976, dois anos após o 25 de Abril, a maior e mais bela festa realizada em Portugal e foi, desde logo também, a Festa do Portugal de Abril, a Festa dos ideais de Abril. 

Por isso foi, desde logo, um alvo de todos os inimigos de Abril. Foram trinta anos de permanente ofensiva visando acabar com a Festa do Avante!. Desde o terrorismo bombista de 1976 até à ofensiva actual, passando pela fase da recusa de terrenos, tem valido tudo.

Eles não suportam os ideais de Abril, que estão aqui presentes na nossa Festa e que fazem dela uma festa do futuro. Eles não suportam os ideais de Abril, e de tal forma não os suportam que, entre Abril e o antigamente, é pelo antigamente que optam. E fazem leis de acordo com essa opção, leis iníquas que tresandam a Salazar e a Caetano; leis antidemocráticas que aplicam antidemocraticamente, comportando-se como se o 25 de Abril de 1974 não tivesse existido. Eles não conseguem esconder, nem sequer disfarçar, o ódio que têm a Abril e aos seus ideais libertadores e emancipadores.

Daí não suportarem a existência de uma festa construída por homens, mulheres e jovens portadores do mais nobre e do mais belo dos ideais, o ideal comunista; uma festa construída na base do trabalho voluntário e colectivo, que só uma elevada consciência partidária, política, ideológica e de classe proporciona; uma festa construída por pessoas que não desistem de lutar sejam quais forem as circunstâncias que se lhes deparem.

Por isso a Festa do Avante! tem resistido a todas as ofensivas. E a tudo resistirá. Cada vez maior. Cada vez mais bonita. Cada vez mais a Festa da nossa alegria colectiva.