Partido Comunista Portugu�s
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Intervenção de Catarina Pereira, na abertura do Encontro
Encontro Nacional de Jovens trabalhadores da JCP
Sábado, 20 Fevereiro 2010
Encontro Nacional de Jovens trabalhadores da JCPNa intervenção de abertura do Encontro Nacional de Jovens trabalhadores da JCP, Catarina Pereira, do Secretariado da DN da JCP, declarou que este encontro « tem como principais objectivos aprofundar o conhecimento e a análise da situação dos jovens no seu local de trabalho, reforçar a intervenção dos jovens comunistas no seu local de trabalho, reforçar a dinamização da intervenção dos jovens comunistas no movimento sindical.»


Camaradas,
A realização do Encontro Nacional de Jovens Trabalhadores da JCP insere-se na preparação do nosso 9º Congresso e tem como principais objectivos aprofundar o conhecimento e a análise da situação dos jovens no seu local de trabalho, reforçar a intervenção dos jovens comunistas no seu local de trabalho, reforçar a dinamização da intervenção dos jovens comunistas no movimento sindical e preparar a acção de luta nacional de dia 26 de Março – marcada pela CGTP-IN e com um importante papel da Interjovem.
O fortalecimento orgânico da JCP junto dos jovens trabalhadores, nomeadamente de jovens operários, é fundamental para um maior conhecimento e intervenção nesta área é determinante para o fortalecimento do carácter de classe da JCP e do PCP. A acção da JCP dirigida aos jovens trabalhadores assenta na organização e intervenção nas empresas, nos locais de trabalho e nos sectores profissionais.
Podemos fazer um balanço positivo do trabalho da JCP junto da juventude trabalhadora desde o último congresso, até ao presente Encontro Nacional de Jovens Trabalhadores.
Pode dizer-se, de uma forma geral que hoje conhecemos num conjunto maior de distritos a realidade laboral e há uma maior presença da JCP nas empresas e locais de trabalho. Existem mais colectivos de jovens trabalhadores a reunirem regularmente com actividade e intervenção própria, a prova disto é que se criaram 15 novos colectivos de jovens trabalhadores desde o 8º congresso, há uma maior preocupação dos camaradas em intervirem no seu local de trabalho. Esta intervenção passa pela dinamização das campanhas nacionais, pela realização de documentos concretos de empresa e sector e pela sua distribuição, pela realização de iniciativas de convívio e debate, pela compra e divulgação do Avante! e do Agit, entre outras.
Camaradas
O panorama do emprego juvenil tem vindo a degradar-se, sendo esta área, um alvo preferencial por parte dos sucessivos Governos PSD/CDS-PP, PS e respectivas políticas de direita. Coabita uma política de desemprego, baixos salários e precariedade com a acumulação de lucros fabulosos por parte do grande capital nacional e transnacional verificando-se uma vez mais que a crise não é para todos.
Para limitar a luta e resistência das novas gerações de trabalhadores é desenvolvida dentro e fora das empresas uma violenta ofensiva ideológica, de que são exemplos mais expressivos: a ideia de ausência de classes (nomeadamente da classe operária) e conflitos entre elas; da naturalidade e inevitabilidade de menos direitos e regalias para as novas gerações de trabalhadores; da alteração da designação de trabalhadores para colaboradores; da ideia que os trabalhadores do sector público são privilegiados face aos do privado; da chantagem permanente entre aumento dos salários e aumento do desemprego; da necessidade de haver trabalhadores com vínculos precários como combate ao desemprego, da crescente pressão para afastar os trabalhadores dos seus sindicatos de classe.
O Código do Trabalho aprovado pelo último Governo PSD/CDS-PP e agravado pelo  Governo PS fornece cobertura legal a atitudes que já eram consumadas pelo patronato e que visam retirar direitos aos trabalhadores. Este Código do Trabalho é um dos mais violentos ataques feitos aos direitos dos trabalhadores desde o 25 de Abril de 1974.
O Código do Trabalho insere-se numa estratégia concertada do Governo e do grande patronato. Para a redução dos direitos fundamentais dos trabalhadores, em especial dos jovens.
Outro factor a ter em conta é a taxa de desemprego real que ronda actualmente os 12,4%, mais elevado dos últimos 30 anos, mas que nos jovens, até os 25 anos, atinge um valor de 20 %.
O patronato utiliza a elevada taxa de desemprego para reduzir o valor do trabalho praticando baixos salários e desenvolvendo a precariedade, ao aproveitar-se do aumento da mão-de-obra disponível, reduzindo assim, o poder reivindicativo dos trabalhadores.
Acresce, à política de baixo salários e de contenção salarial aplicadas pelo Governo e pelo patronato, a discriminação salarial dos jovens trabalhadores ainda que desempenhem a mesma função que outro trabalhador.
A generalização de contratos de vinculo laboral precário - de duração semanal, mensal, semestral - tem sido regra particularmente junto da juventude.
De modo a reduzir o emprego permanente, muitas empresas recorrem ao subaluguer de mão-de-obra a outras empresas ou criam empresas a partir da empresa mãe. Neste sentido, tem sido uma constante nos últimos anos o aumento do número de Empresas de Trabalho Temporário. Este tipo de empresas são uma forma encontrada pelos grandes grupos económicos para contornar os direitos dos trabalhadores actuando de modo a  aumentar a exploração, fomentar a competitividade e o individualismo dividindo e manipulando os trabalhadores.
Todas estas medidas visam reduzir e/ou retirar direitos alcançados com muitos anos de luta por parte dos trabalhadores e esgotar o poder reivindicativo destes e em particular dos jovens.
Camaradas
Para fazermos frente a estas políticas e medidas é importante estarmos atentos e disponíveis para intervir na defesa dos direitos dos trabalhadores, contribuindo para o aumento da sua consciência política e de classe dando confiança à sua luta.

É importante reforçarmos a nossa intervenção junto da juventude trabalhadora. Assim, temos que continuar a organizar os camaradas por empresa, local de trabalho e /ou sector.
É fundamental definir as empresas ou locais de trabalho que consideramos prioritários para a nossa intervenção, e realizar documentos concretos sobre os problemas que afectam os seus trabalhadores, bem como divulgar o Avante! e o Agit  através de  vendas regulares à portas destas empresas.
 Para que a luta seja mais consequente, os militantes trabalhadores da JCP devem estar sindicalizados nos seus sindicatos de classe os da CGTP-IN, assim exige-se um novo fôlego nesta linha de trabalho.

Temos que participar e mobilizar os nossos colegas para as lutas. Esta linha de trabalho deve ser articulada com o Partido e com o movimento sindical unitário.
A vida, a situação concreta de centenas de milhar de jovens trabalhadores exigem que a JCP intensifique a sua intervenção e luta. Destaca-se acção de luta de jovens trabalhadores dia 26 de Março – como forma de comemorar o dia nacional da juventude –, que certamente será mais uma grande acção de luta nacional centralizada em Lisboa, pelo direito ao emprego com direitos, pelo aumento dos salários, contra a precariedade. De referir ainda as comemorações do 1º de Maio que se quer que sejam concentrações e/ou manifestações de grande oposição às políticas de direita seguidas por este Governo e com grande participação juvenil.

Vamos ao trabalho, com confiança e determinação havemos de conseguir, como afirma o lema do nosso Congresso, com a luta da juventude construir o futuro!