Partido Comunista Portugu�s
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"A primeira cavadela..."
Ruben de Carvalho no "Diário de Notícias"
Sábado, 26 Fevereiro 2005

A primeira intervenção política do Bloco de Esquerda após as eleições exige alguma reflexão. Quando o eleitorado sente a necessidade de introduzir uma mudança da dimensão da registada no dia 20, é indispensável uma noção mínima dos motivos que a tanto o levaram, de quais são as grandes preocupações dos portugueses. Logicamente, são elas que estes pretendem ver correspondidas. Não são precisas sondagens, inquéritos ou estudos especiais para colocar no topo dos problemas no País o do emprego. Afecta, de uma forma ou outra, a maioria dos portugueses de todas as idades e das mais variadas camadas sociais. Ora o que coloca o Bloco como medida exemplar para o início da governação da maioria socialista, a "prova" das orientações que pretende adoptar? A realização de novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez! Sem retirar um milímetro à relevância social da questão do aborto, tem ela neste momento a generalizada premência nacional da problema do emprego e tudo quanto com ele se relaciona? Mas a posição do BE ainda é mais insustentável se há que confrontar o PS com as suas responsabilidades nesse campo não é em função de um referendo, mas, pelo contrário, para que assuma a elementar decisão de resolver na AR o problema, agora que existe uma folgada maioria favorável à alteração da legislação medieval existente. Por este andar, José Sócrates não terá grandes razões de inquietação com a oposição bloquista. O que, em rigor, talvez não seja uma novidade por aí além.