Partido Comunista Português
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PCP no Campo Pequeno

Artigos do jornal Avante! sobre Congresso do PCP
Organização Regional de Bragança do PCP - Intervenção de José Castro
Sábado, 29 Novembro 2008
jose_castro.jpgA injustiça que caracteriza hoje a sociedade portuguesa é sentida mais ainda nas regiões afastadas do litoral e da capital. Mais de trinta anos de políticas de direita do PS/PSD/CDS conduziram ao isolamento geográfico e à baixa demográfica do Nordeste Transmontano agravando as condições de vida das suas populações urbanas e rurais dispersas por um território tão extenso quanto esquecido.

 

Intervenção de José Castro
Membro do Secretariado da Direcção da Organização Regional de Bragança do PCP


Em nome da Direcção da Organização Regional de Bragança, saudamos a realização do XVIII Congresso, os militantes, e todos os convidados que estão connosco nos seus trabalhos.

Camaradas,
A injustiça que caracteriza hoje a sociedade portuguesa é sentida mais ainda nas regiões afastadas do litoral e da capital. Mais de trinta anos de políticas de direita do PS/PSD/CDS conduziram ao isolamento geográfico e à baixa demográfica do Nordeste Transmontano agravando as condições de vida das suas populações urbanas e rurais dispersas por um território tão extenso quanto esquecido.

Foram os critérios neoliberais de ordenamento do território do governo de José Sócrates que trocaram serviços públicos de proximidade por uma eternamente adiada qualidade, obrigando mulheres grávidas a viver a mais de duas horas da maternidade mais próxima, utentes a mais de hora e meia do serviço de urgência mais próximo, crianças de 7 e 8 anos a mais de uma hora das suas escolas primárias, ao mesmo tempo que vemos a administração da justiça, os serviços de correios e telecomunicações, os serviços de segurança, entre muitos outros, a ficarem cada vez mais longe e mais demorados.

É Portugal que fica mais pobre, pois não há países desenvolvidos com regiões deprimidas, excluídas, e abandonadas à sua sorte!

Com uma redefinição das estruturas do Estado claramente lesivas da cabal emancipação da região transmontana, a opção pela não regionalização do País nunca irá permitir descortinar futuro para este território.

É o estertor, camaradas, de uma comunidade que ao longo do último século se viu obrigada a procurar soluções de vida no litoral, na vizinha Espanha, e nos outros países da Europa e do Mundo.

Hoje em dia, os censos da população já não traduzem a sangria social em curso; uma emigração pendular semanal atravessa a fronteira, deixando lá fora o melhor dos seus anos, do seu trabalho, quantas vezes até a sua vida em estradas por onde buscam noutros países o que no nosso, os governos e as suas politicas de direita continuamente lhes negam.

Emigram os pais, que mais tarde ou mais cedo os filhos acompanham, e até já avós conseguem junto dos seus, no exterior, condições que lhes permitem fugir à miséria assistencial da terceira idade no Nordeste Transmontano.

Perante este quadro, camaradas, a alternativa só pode ser um sistema de governo que reconheça a nossa realidade diferenciada, que não permita que o grande capital engorde os seus monopólios na área da agricultura, da saúde e da educação à custa da exclusão do Estado do desenvolvimento regional, indiferente à morte social de toda uma população que geração após geração soube construir e construiu Portugal juntamente com todas as nossas outras regiões.

E o caminho é só um, por uma efectiva emancipação regional, rumo ao socialismo!

Ao militante comunista transmontano esperar-lhe-ão dificuldades acrescidas, em condições muito adversas para o combate ideológico: a sua estigmatização social, o ignorar deliberado das suas realizações, a descrença das populações para acreditar num futuro já tantas vezes adiado, a indisponibilidade para pequenos avanços no actual contexto de especulação e facilitismo, tudo tem contribuído para manter o Partido a níveis de organização insatisfatórios e muito difíceis de contrariar.

É neste contexto, camaradas, que a nossa organização tem vindo a tomar medidas no sentido de reforçar o Partido na região, designadamente com a realização, em Maio último, da sua IV Assembleia de Organização Regional, elegendo quadros jovens e aprovando linhas programáticas que nos permitam preparar-nos para os próximos combates eleitorais e sobretudo para a continuação da luta dos trabalhadores por uma rotura com a actual política de direita.

Resistir, resistir sempre, pois resistir em Trás-os-Montes será sempre vencer!


Viva o XVIII Congresso do Partido Comunista Português!
Viva o Partido Comunista Português!
Viva Portugal!