Intervenção de José Pedro Branquinho
Membro do Executivo da Direcção da Organização Regional da Guarda do PCP

Na preparação do XVIII Congresso realizaram-se no distrito da Guarda, 24 reuniões e Assembleias Plenárias com a presença de 304 camaradas, tendo-se revelado uma grande identificação com o conteúdo político e ideológico das Teses apresentadas pelo Comité Central.

 A desertificação do nosso distrito, um flagelo em todo o interior de Portugal que se agravou nos últimos anos, motivou a realização de uma Assembleia (Extraordinária), da ORG que apontou soluções: apoia às pequenas e medias empresas, apoio à agricultura tradicional e familiar, investimento público e um Plano Integrado de Desenvolvimento.

Noutras realizações inter-regionais, como o Encontro da Serra da Estrela defendemos o desenvolvimento sustentado, criando bem-estar e justiça social como factor de transformação e progresso. Ou o Encontro do Douro, que concluiu que o governo, fazendo o jogo dos grandes proprietários e dos exportadores, actua para liquidar a Casa do Douro apropriando-se das suas competências históricas e do seu património, abandonando os 35 mil viticultores à sua sorte.

O Partido incentivou, apoiou ou participou nas acções de massas realizadas no distrito, dos serviços públicos e do sector privado, das comissões de utentes em defesa do SNS, da escola pública de qualidade. A intenção do governo de encerrar sete SAP/s em 2006, foi frustrada com a luta dos trabalhadores, das Comissões de Utentes, e com um importante contributo das Jornadas Parlamentares do PCP, realizadas no Distrito, que fizeram a denúncia pública - os serviços ainda hoje continuam abertos.

Para contrariar o branqueamento do fascismo, e o papel de resistência dos comunistas, realizámos nos últimos dois anos 8 iniciativas onde participaram mais de meio milhar de cidadãos, uma das quais a evocação do fozcoênse, Francisco Gomes assassinado no Campo do Tarrafal.

A política de direita dos governos PS, PSD/CDS tem sido devastadora para o país e em particular para o interior: O encerramento de muitas empresas do sector têxtil e do calçado, a destruição da agricultura e do mundo rural, o encerramento mais de 200 escolas do 1º ciclo, o fecho de postos dos CTT, de postos da GNR, de zonas agrárias, inspecção das actividades económicas, INGA. Alguns destes serviços ficaram reduzidos a balcões de atendimento.

Depois dos postos de trabalho perdidos na indústria têxtil e do calçado, surgem agora as ameaças nas empresas da indústria automóvel, como a Delfhi e a Dura. Aumenta a pobreza, alargando ainda mais o enorme fosso entre ricos e pobres, as taxas Euribor descem mas os empréstimos à habitação sobem, o preço do petróleo desce, mas os combustíveis continuam muito caros. Não há dinheiro para salários, pensões e reformas, para o combate a pobreza e a exclusão social, mas há milhões para os vigaristas dos banqueiros, que usam e abusam do Estado, que dizem, não querer...

Por isso camaradas, só há uma alternativa para um Portugal diferente e mais justo - uma verdadeira rotura com esta política. Para tal, é necessário um Partido mais forte, na acção política e na representação eleitoral. A actividade partidária no distrito tem sido regular e intensa. O Partido recrutou, responsabilizou quadros, rejuvenesceu, defendeu o emprego e os postos de trabalho, defendeu a agricultura e os agricultores, os serviços públicos de saúde, ensino e segurança social.
Os comunistas, que tanto lutaram para derrubar o fascismo, hoje e amanhã continuarão a sua luta na defesa de um Portugal de progresso e justiça social -  a construção de uma nova sociedade onde não exista a exploração do Homem pelo homem. Pelo socialismo!
Viva XVIII Congresso