Partido Comunista Portugu�s
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A actual crise financeira - Intervenção de Honório Novo na AR
Quarta, 15 Outubro 2008

sistema-financeiro.jpgEstava a ouvi-lo e a entender que a sua declaração política hoje, neste Plenário, corresponde a uma espécie de acto de contrição.
É verdade, é um acto de contrição, que registo e sublinho.

 

O importante papel do Estado na minimização dos efeitos da actual crise financeira

Sr. Presidente,
Sr. Deputado Afonso Candal,

Estava a ouvi-lo e a entender que a sua declaração política hoje, neste Plenário, corresponde a uma espécie de acto de contrição.

É verdade, é um acto de contrição, que registo e sublinho.

É positivo ouvi-lo dizer, finalmente - depois de termos escutado, durante meses, a sua bancada afirmar que nada existia de especial que atingisse o País -, que existe uma crise financeira e que Portugal não está imune à essa crise nem às suas consequências.

Mais vale tarde do que nunca, Sr. Deputado!

Ainda bem que o senhor reconhece, embora tarde, que essa crise existe.

A verdade é que o Governo acompanhou-o e, como o acompanhou nessa irresponsabilidade, naturalmente não tomou medidas atempadas para fazer face à crise.

Por isso, o Sr. Deputado não fala, hoje, por exemplo, da anunciada medida da descida da taxa do IRC ou do alargamento da atribuição da 13.ª prestação do abono de família, cujo pagamento, afinal, só se verificará em Setembro de 2009 - um mês antes das eleições. Também não fala do anunciado pacote financeiro dos 20 000 milhões de euros para apoio à banca, enfim, para apoio aos que são de certa forma responsáveis pela situação, ao mesmo tempo que diz que não há dinheiro para pensões, para salários, para prestações sociais, enfim, para a valorização daqueles que tanto têm sofrido com as consequências das políticas deste Governo.

Contudo, o Sr. Deputado refere neste debate uma coisa absolutamente interessante, quando fala da privatização da Caixa Geral de Depósitos.

É que o senhor, virando-se para o PSD, diz que este defende a privatização de outras empresas estratégicas no nosso país, para além da Caixa Geral de Depósitos, e eu gostava de perceber qual é a diferença.

De facto, quando falamos de empresas estratégicas, ninguém consegue perceber quais são aqueles cuja privatização o PSD defende e as que o PS já não defende privatizar, igualmente e na mesma medida.

Exceptuando a diferença da Caixa Geral de Depósitos, não existe nenhuma diferença entre os senhores!

Formulo uma última questão muito breve: neste Orçamento, como é que o senhor compatibiliza a manutenção de um défice orçamental de 2,2%, a insistência no mesmo valor de défice quando era possível (até comunitariamente!) o Governo aliviar esta margem, como é possível voltar a impor o mesmo «aperto do cinto» aos portugueses e, ao mesmo tempo, querer integrar no Orçamento novas medidas sociais para fazer face à crise?

Sr. Deputado, é como meter a rua da Petesga no Terreiro do Paço!.