O Avateatro
O Avanteatro

O Avanteatro volta a ter este ano no seu espaço as várias artes de Palco, com um conjunto de Espectáculos de grande qualidade e variedade, trazendo grupos e artistas de vários pontos do País. Assim, o Teatro estará no Palco e no exterior, para além do Teatro para a Infância. Também vai ter a Dança contemporânea, o Cinema Documental, e a Música, seja na evocação de Zeca Afonso, seja noutras formas de expressão musical, como o Jazz, mantendo assim as características dos últimos anos.

Na sexta-feira é com O BANDO que se inicia o Teatro no Exterior, que vai representar a peça "CABEÇA DE PREGOS SEM CABEÇA". Sobre um telhado de telha vermelha, que parece negar a razão da sua verdadeira existência, Iljia, Petjia e Marjia brincam com Natacha em busca de sentidos perdidos. 

Um Texto de Daniil Kharms estando a Dramaturgia e Encenação a cargo de João Brites, que nos mostra uma vez mais o rigor cénico e a qualidade deste grupo.

 

Avanteatro

 

O Grupo ESTAÇÃO TEATRAL, do Fundão, leva à cena "PAX ROMANA". Um divertimento sustentado no rigor do gesto e do movimento, onde o trabalho do actor se torna o centro de toda a criação. Assente em princípios básicos da Commedia ciell'Arte, Pax Romana é uma peça sem barreiras de linguagem, e um espectáculo sobre o poder e as relações humanas, protagonizado por um punhado de criaturas que, tal como os da sua espécie, se armam de escudos e lanças, embora não saibam realmente quem são nem ao que andam. 

Terminando esta noite no espaço do Bar com uma actuação de VOZ e HARPA " ELA-NÃO-É-FRANCESA-ELE-NÃO-É-ESPANHOL". Com Eduardo Raon na Harpa  e a voz de Inês Jacques. Este duo de voz e harpa, tem vindo a desenvolver música que nem sempre é fácil de catalogar. Apesar da origem do seu trabalho estar no jazz, não se pode colar a esse rótulo.

ELA-NÃO-É-FRANCESA-ELE-NÃO-É-ESPANHOL, tem trabalhado e re-arranjado maioritariamente temas de jazz e alguns da esfera pop. O resultado não é jazz, pois esta combinação instrumental não se presta ao swing, mas é precisamente este ponto que torna interessante o seu trabalho, nesta linha tão despida e exposta, marcada ainda pela versatilidade, boa-disposição e seriedade dos dois músicos. 

No Sábado é o Teatro para os mais pequenos que inicia com o Grupo de Artes e Teatro Espelho Mágico trazendo-nos a peça "O quarto dos brinquedos". "O quarto dos brinquedos" é um espectáculo cheio de cor e ritmo, muita música, com uma mensagem simples e divertida que agrada a crianças e adultos. Este espectáculo já fez um total de 15000 espectadores.

No Teatro para a Infância teremos ainda no Sábado, um interessante espectáculo feito pelo Grupo "Ninho de Vìboras" - PUNCHWORK. "Punchwork" é um espectáculo simples e complexo, subtil e sombrio, belo e nostálgico, poético e perturbador, construído a partir da narrativa e das imagens da banda-desenhada. Uma fábula moderna sobre a infância. Uma história sobre a memória e a infância, família e traição. "O caminho da memória não é recto nem seguro, e percorremo-lo por nossa conta e risco. É mais fácil fazer pequenas viagens pelo passado, relembrando em miniatura, construindo pequenas peças de fantoches na cabeça." Um narrador, um tio-avô corcunda, os avós, uma sereia: a construção da memória, uma praia. "Nessa altura eu vivia numa terra de gigantes. Todas as crianças vivem." 

No Cinema Documental, teremos o filme estreado recentemente de Rui Simões, e baseado no texto de José Saramago, "ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA".

À noite no Palco teremos: "EU NÃO SOU O RAPPAPORT" - Uma produção da Cooperativa Bonifrates de Coimbra. "Eu não sou o Rappaport" é teatro que subverte as aparências, mostrando como a vida se inventa em cada palavra e em cada gesto do entardecer.

Dois velhos, judeus, sentados num banco de jardim... Poderiam ser o palhaço rico e o palhaço pobre, ou Arlequim e Pierrot, ou Vladimír e Estragon à espera de Godot... Mas, sem deixarem de ter um pouco de cada um destes pares de personagens, Nat e Midge são, sobretudo, D. Quixote e Sancho Pança, nas suas tensões, na sua complementaridade, no seu jogo perante o mundo, nas contradições de que se faz o seu e o nosso carrocel da vida. É por isso que esta peça não é apenas uma comédia, nem é apenas uma tragédia, mas é uma comédia às costas da tragédia e, simultaneamente, uma tragédia vestida de comédia. É o riso cravado no drama do quotidiano. É o sonho encenado no realismo da existência, o inconformismo que tropeça nas rasteiras da idade, o humor que rasga, com a sua ternura, as certezas cinzentas do dia-a-dia de quem parece condenado a esperar que o dia anoiteça.

 

No Sábado à noite vamos ter a possibilidade de assistir ainda a um momento de Dança contemporânea de grande qualidade: "4 Peças de Daniel Cardoso", por um Grupo bastante conceituado, os " Quorum Ballet"

 

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E Sábado encerra no Bar com: o Trio de Filipe Raposo, com  JAZZ

No domingo teremos de novo Teatro para a infância pelo Grupo Tarumba - marionetas de mesa. O Guarda da Noite é um espectáculo com marionetas de mesa, sombras e projecções. M. é uma menina que tem 5 anos. Esta noite terá de passar por uma dura prova: dormir sozinha no seu quarto... os seus pais não querem que corra para a cama deles cada vez que ouve apenas um pequeno barulhinho... tem que aprender a lidar com o escuro e os ruídos da noite... 

Após a representação será seguido de oficina, onde todos poderão montar e preparar um espectáculo de marioneta.

No domingo à noite no Palco João Afonso e João Lucas, apresentam-nos um Espectáculo de grande qualidade. João Afonso traz-nos "Redondo vocábulo" e com a sua música, a evocação dos 20 anos da morte de José Afonso.

No Bar a encerrar o domingo à noite, e assim também a encerrar o Avanteatro nesta 31ª Festa do Avante, vamos ter André Santos com: Melech Mechaya (música klezmer). Melech Mechaya é uma viagem festiva pela música klezmer, abraçando também momentos mais delicados e intimistas. Uma viagem pela tradição judaico, unindo aromas árabes, ritmos orientais, e momentos de simples ‘bate-o-pé', da Hungria a Israel, dos Balcãs a Nova Yorque.