Intervenção de Paula Santos na Assembleia de República, Comissão Permanente

O barato saiu-nos caro, porque o que conseguiram foi paralisar o País

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A quebra de fornecimento de energia elétrica no País, deixou mais visível os interesses estão na base da gestão do sistema elétrico português e não são os interesses nacionais.

Se Portugal tem capacidade de produção de energia elétrica, designadamente hídrica, uma energia renovável, qual a razão para estar a importar 30% da energia?

A resposta será porque era mais barata. Mas era mais barata para quem? Não é para as famílias ou para as empresas, porque estas o que sabem é que pagam dos preços mais altos na UE. Quem ganha são os grupos económicos da área da energia que aumentam e muito os seus lucros.

E é o País que perde ao deixar de utilizar a sua capacidade instalada. Então não se deve importar só quando não houver produção nacional? Não é isso que faz sentido? É! Mas mais uma vez é a lógica do dito mercado que prevalece.

Ainda por cima no nosso País estão a destruir sobreiros, azinheiras, carvalhos, para instalar áreas gigantescas de fotovoltaicas sem qualquer planeamento em função das necessidades nacionais. O País precisa de progredir na transição energética, mas uma transição ao serviço dos interesses nacionais, que garanta a soberania a e a segurança energética do País, em vez de estar orientada para os lucros cada vez maiores dos grupos económicos.  Não, este modelo não traz energia mais barata, e muito menos a segurança que precisamos. Aliás como diz o nosso povo, o barato saiu-nos caro, porque o que conseguiram foi paralisar o País.

 

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