No quadro de uma decisão soberana, o primeiro ministro da Grécia decidiu antecipar a eleição por parte do Parlamento, do seu Presidente da república, abrindo assim caminho, dada a actual correlação de forças no Parlamento, à queda do governo e à convocação de eleições legislativas.
A Grécia tem sido, ao longo dos últimos anos, um país particularmente fustigado pelas políticas de austeridade impostas pela Troika. Neste momento, a taxa de desemprego situa-se nos 25.7%, sendo que ao nível dos jovens a taxa sobe para 49.8%. A taxa de pobreza atinge níveis records (23.1%), fato que devemos atribuir à destruição do estado social.
A Comissão tem-se pronunciado em diversos momentos acerca destas eleições. O presidente da Comissão já anunciou publicamente que prefere "caras familiares" no governo grego, em detrimento de "forças extremistas". O Comissário Pierre Moscovici esteve na Grécia onde não se coibiu de elogiar o atual governante, numa clara manobra de apoio eleitoral ao partido do governo.
Pergunto à Comissão Europeia como avalia estas manobras de clara ingerência nos assuntos internos gregos e se não está na disposição de manter uma posição neutra e equidistante, respeitando assim a vontade e o poder de decisão do povo grego.