Antero de Oliveira Resende
Cabeça de Lista da CDU
à Câmara Municipal de
Santa Maria da Feira

Professor. Tem 40 anos. É natural e residente na Freguesia de Fornos, em Santa Maria da Feira.
É Dirigente do Sindicato de Professores do Norte, na Área Sindical de Santa Maria da Feira.
Foi Candidato, como independente, na lista da CDU para a Assembleia de Freguesia de Fornos.
Foi Membro da Direcção do Centro Cultural e Recreativo de Fornos, com o pelouro da cultura.
É Membro da Associação de Dadores de Sangue da Feira.
Ambientalista convicto, tem desenvolvido, neste âmbito, diversas acções com grupos de jovens.
É candidato independente, proposto pelo PEV.

"(...) Apesar de sermos bombardeados por panfletos que nos pretendem fazer crer que vivemos num oásis, à beira de um castelo plantado, somos confrontados diariamente com factos que nos provam o contrário.

Senão vejamos: se as áreas previstas pelas autarquias para a construção correspondessem à realidade efectiva, teríamos dentro de poucos anos 4 vezes mais habitantes que actualmente.

A política de construção, "a política do betão" visa essencialmente cativar novos habitantes vindos de populações vizinhas, e não só, continuando assim a sangria das populações do interior.

É deste estado de coisas que floresce "uma nova classe social" em Santa Maria da Feira "a classe dos exploradores imobiliários".

A falta de escrúpulos de muitos destes senhores faz com que se adquiram em catadupa terrenos que deveriam ser vedados à construção, dadas as suas características ou tipologia: corgas, ribeiras, zonas de interesse biológico ou paisagístico, entre muitas outras.

A Câmara nunca mostrou interesse na criação de uma bolsa de terrenos para construção, pois esta política interessa-lhe dado o contributo da sisa e da contribuição autárquica rondarem os 20% das receitas municipais (não contando com as licenças camarárias).

Os temas do ambiente são sempre vistos nas campanhas eleitorais como temas muito queridos, mas, depois das mesmas, são muito pouco tidos em conta.

Senão vejamos. O nosso concelho foi posicionado abaixo do meio da tabela (141º), num ranking ambiental de concelhos. Para este ranking contava, ou não, a existência, ou não, de PDM e de reserva ecológica nacional (REN), o abastecimento de água (na Feira, abaixo dos 50%), a qualidade da água, a recolha de lixos urbanos, o tratamento de lixo urbano (a Feira não trata, deposita numa lixeira), a drenagem de esgotos urbanos (inferior a 30% na Feira), tratamento de esgotos urbanos (inferior a 15%) na Feira.

Isto passa-se neste Concelho, que nos querem fazer acreditar ser um oásis ambiental.

Não é por acaso que temos um Presidente que diz que os resíduos da indústria do calçado são inócuos, como o lixo doméstico, e que acha normal que o poço de água de consumo doméstico da sua habitação apresente contaminação bacteriológica.

A passividade popular está a alterar-se, começando a aparecer organizações com carácter e preocupação ambientalista, em diversas freguesias. É o caso da Associação "Amigos do Uíma", do "Fórum Ambiente e Cidadania", de Mosteirô.

Formar cidadãos não é entretê-los. É preciso educar para o ambiente.

É preciso uma nova cultura, uma cultura de respeito pelo ser humano e pelo ambiente. As autarquias não podem demitir-se deste papel.

Pela nossa parte não desistiremos de lutar por isso.(...)"

19 de Maio de 2001