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Engenheiro Silvicultor. 50 anos. |
"(...) Aceitando com agrado (e sentido de dever cívico que estas coisas implicam) o honroso convite que me foi dirigido pelos amigos da Comissão Permanente da CDU, aqui presentes, considero a apresentação da minha candidatura apenas como o início de uma caminhada, à qual será essencial e decisivo, para ir até ao fim com utilidade para o concelho e não com os olhos postos na conquista de qualquer jóia, que se juntem a ela, como candidatos, apoiantes e votantes, os cidadãos que partilham em comum as legítimas preocupações que acabamos de apresentar. Por minha parte move-me uma certa angústia por verificar que o trabalho feito, enquanto vogal da Assembleia Municipal, não consegue, pelas limitações das competências deste Órgão Municipal, ser suficiente para interferir com peso no actual rumo incerto da administração autárquica e do desenvolvimento não integrado do Concelho. Daí a necessidade óbvia do espirito deste trabalho ser veiculado ao nível do órgão executivo do município, isto é na Câmara Municipal. Mas tal continua a ser insuficiente sem o contributo daqueles que, deixando para trás o abstencionismo político e eleitoral e preservando a sua independência partidária, se disponham, em normal exercício de cidadania, a participar nesta caminhada que apenas visa o desenvolvimento harmonioso do Concelho. Um concelho aberto e uma cidade virada para o exterior (outras Ilhas, Continente e Europa), para lá de constituírem evidências para o futuro, por todos proclamadas, só são possíveis com um orçamento igualmente "aberto", o que não acontece hoje. Equilíbrio entre as freguesias e a cidade; desenvolvimento tripolar do Concelho (Ponta Delgada, Capelas, Ginetes), são evidências definidas há muito, mas que a prática e os adiamentos permitem que ainda não passem de tímidas tendências. Humanização das condições de vida, de segurança e do ambiente urbano em Ponta Delgada, plano de resíduos sólidos e reciclagem, continuidade e acelaramento da gigantesca obra em curso de saneamento básico, protecção e aproveitamento da orla marítima, "docas" de Alcântara em Sta. Clara, porto de passageiros na doca e ordenamento das respectivas valências, rectícula viária no sentido sul norte da cidade, desenvolvimento, revitalização e dignificação das freguesias, ligações directas inter-freguesias, ordenamento industrial e agro-pecuário do Concelho, preservação do Coliseu, do Teatro ou da Fábrica da Baleia, etc., são todas preocupações comuns para a maioria das quais a concretização de respostas é sempre ultrapassada pela nuclearidade da administração corrente e a exiguidade de meios. Acenar com a resolução destes problemas é uma coisa. Trabalhar para isso, enfrentando dificuldades por vezes aparentemente inultrapassáveis é outra. Mais do que anunciar grandes projectos já por todos reconhecidos como úteis, impõe-se um novo espírito de dedicação e trabalho na Câmara; uma gestão democrática, participada, isenta e transparente do município; uma vigilância apertada, e sempre que possível pública, sobre os licenciamentos e pressões correntes; a descentralização de competências e meios para as freguesias; o empenhamento do órgão executivo com pelouros distribuídos por todos os vereadores que os aceitarem, sem discriminações de ordem partidária; a não cedência à tentação fácil de alijar responsabilidades administrativas, entregando serviços eminentemente públicos, como as águas à voracidade lucrativa dos privados. (...)" 11 de Maio de 2001 |