Intervenção de Jerónimo
de Sousa, Secretário-geral do PCP
na apresentação da lista da CDU de Lisboa
Lisboa, 29.01.2005
Estamos a escassos dias do fim da pré-campanha eleitoral. Em
breve, vamos iniciar a campanha oficial que vai exigir de todos nós
um derradeiro esforço para levar a todos os portugueses a mensagem
de esperança e de mudança de que o projecto da CDU é
portador. Nesta fase centrámos a nossa intervenção
na divulgação das nossas listas, do relevante trabalho realizado
nesta legislatura pelo nosso grupo parlamentar que honra os compromissos
assumidos, do valor das nossas propostas e do programa que apresentámos,
dando resposta aos problemas que mais preocupam os portugueses e assegurando
uma verdadeira alternativa às desastrosas políticas que
têm sido seguidas.
Uma pré-campanha eleitoral que levou a CDU ao contacto com milhares
de portugueses em todo o território nacional e que, pela forma
viva como se desenvolveu, nos permite afirmar que temos fortes razões
para encarar com confiança a batalha eleitoral de 20 de Fevereiro.
Desde logo, porque estamos convictos que a direita será colocada
em minoria na Assembleia da República e que nem a escandalosa e
abusiva utilização do aparelho de Estado para a sua campanha
eleitoral os salvarão da derrota.
E, dizemos salvarão porque PSD e CDS-PP são co-responsáveis
pela grave situação a que conduziram o país, independentemente
das manobras de última hora e dos esforços do CDS-PP para
fazer crer que é insignificante a sua responsabilidade na acção
governativa e que todos os males e malfeitorias são apenas obra
do seu parceiro de coligação.
É a consciência dessa inevitável derrota que leva
o CDS não só ao distanciamento prudente e calculista em
relação à sua presença na governação,
como claramente o leva a jogar já em todos os tabuleiros com o
objectivo de se manter no poder. Com um pé ainda na actual coligação
o CDS passou a dar sinais de que não enjeita a possibilidade de
poder viabilizar uma nova solução de governo agora com o
PS.
Nada pode apagar as responsabilidades que uns e outros, PSD e CDS-PP,
tiveram nestes três anos de governação desastrosa
que empurrou o país para a mais profunda recessão e milhares
de trabalhadores para o desemprego. Nada pode fazer esquecer a sua brutal
ofensiva que se traduziu num sério retrocesso nas condições
de vida dos trabalhadores e do povo português e ao agravamento das
injustiças e desigualdades sociais. Ofensiva que permanece, apesar
da sua condição de governo de gestão, como acontece
agora com a proposta de extinção do passe social intermodal
atacando os interesses de mais de um milhão e seiscentos mil utentes
dos transportes. Decisão ilegítima que extravasa as competências
de um governo de gestão e que terá a nossa mais firme oposição.
Neste período de pré-campanha eleitoral, continuamos a
assistir a inadmissíveis confusões e mistificações
acerca da natureza das eleições que mais não visam
que levar os eleitores ao engano e condicionar a sua opção
de voto, às quais é preciso continuar a dar um firme combate,
com uma vasta e convincente acção de esclarecimento, sem
desfalecimento, a todas e cada uma das mistificações –
como as inventadas «eleições para Primeiro-Ministro».
Não tenhamos ilusões, apesar do grande esforço de
esclarecimento que temos realizado, é ainda grande o número
de portugueses que pensam que a principal finalidade destas eleições
é escolher um Primeiro-Ministro e que, como a toda a hora lhes
dizem que um Primeiro-Ministro só pode sair do PS ou do PSD, são
sensíveis à ideia mentirosa de que as únicas opções
de voto seriam o PSD e o PS.
E, é por isso que, no decorrer da nossa campanha, teremos de insistir
mais e mais que as eleições de 20 de Fevereiro não
são para eleger nenhum Primeiro-Ministro e que essa história
dos "candidatos a Primeiro-Ministro" só foi criada pelo
PS e PSD precisamente para levar os eleitores ao engano.
E que as eleições são de facto para eleger, não
uma só pessoa, mas sim 230 deputados que não só irão
influenciar a formação do governo como, durante quatro anos,
serão chamados a debater e aprovar leis, a fazer opções
decisivas sobre a política nacional e a fiscalizar a actividade
do Governo.
E, é por isso que, daqui até ao fim da campanha, teremos
de insistir e explicar que o elemento mais decisivo que se joga nas próximas
eleições é o tipo de maioria que sair do resultado
de 20 de Fevereiro (e o peso relativo que, dentro dela, cada força
tiver), que quantos mais votos e mais deputados tiver a CDU, mais força
ganha a possibilidade de uma mudança a sério no governo
do país.
Daqui até ao fim da campanha, em toda a parte e em todas ocasiões,
teremos de continuar a insistir que os votos na CDU e os deputados eleitos
pelo PCP e pelo PEV são sempre votos e deputados que contribuem
para colocar a direita em minoria na Assembleia da República e
que têm o duplo valor de, no plano político, criar condições
muito mais favoráveis para uma política e soluções
governativas de esquerda. Quanto mais pesar a CDU em votos e deputados,
mais peso terá uma política de esquerda, mais força
terão os que aspiram a uma verdadeira mudança.
Mas a mais perigosa mistificação que hoje corre é
a fantasiosa ideia da necessidade de uma maioria absoluta de um só
partido que nestes últimos dias assumiu contornos de inadmissível
chantagem sobre o eleitorado. Mistificações que pretendem,
além do mais, levar os eleitores a pensar que os problemas que
o país enfrenta radicam no sistema político e não
nas políticas que foram realizadas.
Não se trata já e tão só da inocente cantilena
da estabilidade para adormecer e iludir eleitores desprevenidos que já
esqueceram o que significaram no passado as maiorias absolutas dos governos
do PSD e do PS, mas da excessiva dramatização, com a perspectiva
ameaçadora e inevitável do espectro de uma crise de regime,
como afirma Manuel Alegre, para forçar a todo o custo uma maioria
absoluta para o PS.
Afirmações que combinam com a estafada acusação
de que metemos "tudo no mesmo saco" ou de fazermos do PS o "inimigo"
principal, omitindo, deliberadamente, que o primeiro objectivo eleitoral
do PCP é colocar a direita em minoria. Aliás, dando coerência
à luta do PCP que, ao contrário do PS, sempre colocou, na
ordem dia, a urgente demissão do governo de direita e nunca se
conformou com possibilidade da direita governar até 2006.
Nós não metemos tudo no mesmo saco, mas era bom que alguns
percebessem de vez que não fazemos política por rótulos
ou contra rótulos e que em vez de se virarem contra o PCP e fazerem
profissões de fé sobre a sua condição de esquerda,
fizessem uma avaliação da política do PS baseados
na avaliação dos factos e das realidades, sobre os seus
conteúdos reais e concretos e a quem servem as alianças
sem princípio que o PS tem seguido.
Nós não afirmamos que o PS é igual ao PSD, mas sim
que o PS no essencial tem assumido e desenvolvido a mesma política
que a direita e que, mais uma vez, dá mostras de não querer
abandonar.
Escusam de continuar a repetir que o PCP está contra o PS e não
contra a sua política, para justificar a impossibilidade de qualquer
convergência e dramatizar e enfatizar a perigosa ideia da ingovernabilidade
do país sem a sua maioria absoluta. Mas também para justificar
a suas sistemáticas cedências à direita com os seus
recorrentes apelos a acordos abrangentes para reformas como as finanças
públicas, sistema eleitoral ou a regionalização.
Ao PS, que se diz de esquerda, não exigimos que o deixe de ser,
mas que o seja na política que propõe para o país.
Maioria absoluta que, a confirmar-se significaria um cheque em branco
a um programa de governo, como o que agora foi apresentado, que retoma
e insiste nas idênticas políticas que foram derrotadas.
Insiste e defende uma política orçamental marcada pelo cumprimento
do Pacto de Estabilidade e dos seus critérios de redução
da despesa pública, mantendo os trabalhadores da Administração
Pública como bode expiatório das dificuldades com a sua
proposta de redução de 75 000 empregos na função
pública.
Programa que se desdobra em juras de compromisso no combate à pobreza,
mas que não diz uma palavra sobre os baixos salários e a
política salarial, ao mesmo tempo que se propõe aumentar
a idade da reforma sob o simpático eufemismo de a aproximar “
ao aumento da esperança de vida”.
Insiste, como no passado, no caminho da privatização de
funções sociais do Estado e de serviços públicos
fundamentais à satisfação de necessidades básicas
das populações.
Fixa-se na questão da qualificação, questão
sem dúvida importante, como solução de todos os problemas
de crescimento, mas ignora a defesa do aparelho produtivo nacional como
condição essencial de uma política de desenvolvimento.
É altura de o PS extrair as devidas lições da sua
política. Não há maiorias absolutas, como a vida
vem demonstrando, que garantam a estabilidade governativa aplicando as
mesmas e desgastadas soluções e políticas de direita
que o povo tem condenado sucessivas vezes.
As eleições do próximo dia 20 de Fevereiro são
a grande oportunidade para promover uma ruptura com tais políticas,
necessidade que se tornou um imperativo nacional face à grave situação
do país.
O PSD, o CDS e o PS não podem continuar a iludir as suas responsabilidades
pela situação a que o país chegou com cíclicas
e alternadas passagens de culpa entre si.
É preciso dizer, com toda a clareza, que o que tem levado à
derrota e à fuga dos sucessivos governos, seja o do PS de Guterres,
seja o de Durão Barroso, não foi nenhuma votação
na Assembleia da República, mas sim porque se desgastaram e isolaram
em resultado das suas políticas.
Portugal não pode prosseguir por mais tempo o já longo ciclo
de mais de vinte anos de políticas que debilitaram a estrutura
produtiva do país.
Nesta campanha em que estamos empenhados precisamos também de confrontar
os eleitores, particularmente o eleitorado que vota à esquerda
e que deseja efectivamente a mudança, com as pseudo-alternativas
e as falsas terceiras-vias que, a coberto do discurso radical e moralista,
deixam na penumbra a resposta a problemas essenciais que são suporte
de uma verdadeira política alternativa de esquerda.
Forças que correndo atrás do foguetório mediático
cuja agenda não controlam, mas escrupulosamente acompanham, se
auto-proclamam os mais genuínos representantes da “esquerda
moderna”, como é o caso do Bloco de Esquerda que, dissertando
acerca de tudo e de nada, passam a vida a apresentar propostas originais
que têm anos de vida e de combate pela mão do PCP e da CDU,
seja em relação à despenalização do
aborto, seja ao combate aos off-shores, à quebra do sigilo bancário,
seja na exigência de uma política de saúde dirigida
à toxicodepência.
Forças que tudo fazem para iludir e desvalorizar o insubstituível
papel do PCP na quotidiana tarefa de anos e anos de árduo trabalho,
quantas vezes invisível ou mediaticamente irrelevante, no apoio
à luta dos trabalhadores, dos micro, pequenos e médios agricultores
e empresários, dos reformados, das mulheres e dos jovens, na defesa
dos seus mais genuínos interesses e que é o traço
mais distintivo que nos separa daqueles que fazem da palavra fácil
e à boca de cena o centro da sua actividade política, que
são notícia e vivendo da notícia passando ao lado
da vida real.
É preciso claramente dizer que não há soluções
alternativas à esquerda que deixem na sombra as causas do mal que
atravessa a sociedade portuguesa e que fuja à clarificação
do papel que o PS tem assumido na concretização de políticas
de direita, como o faz o Bloco de Esquerda, branqueando o seu percurso
e a sua prática política, para de seguida menorizar o papel
do PCP como a principal e mais combativa força de oposição
à política de direita.
É preciso dizer também que não há verdadeira
alternativa de esquerda quando se aceita uma política de integração
europeia, como o faz o Bloco de Esquerda iludindo a sua orientação
marcadamente federalista e neoliberal e que os sucessivos governos submissamente
têm adoptado como suas.
Ao contrário do que afirmam os ideólogos do neoliberalismo
dominante e que sucessivos governos têm aplicado, não é
o défice das contas públicas o problema central do nosso
país. Naturalmente que é necessário contê-lo
e controlá-lo, mas existem défices muito mais preocupantes,
esses sim, que são a causa das nossas dificuldades e dos nossos
problemas. É o caso do nosso défice alimentar e de bens
de consumo corrente que nos obriga a importar cada vez mais o que consumimos,
porque não temos uma verdadeira política de valorização
dos sectores produtivos, da nossa agricultura, das pescas e da nossa indústria.
Défice alimentar que convive alegremente com uma ruinosa política
agrícola que paga para não se produzir. É o caso
do défice tecnológico que nos torna dependentes de bens
de equipamento que não temos e que importamos, mas também
défice de modernização de uma parte significativa
dos nossos sectores produtivos, resultado de políticas de valorização
de um modelo de desenvolvimento assente nos baixos salários e que
perpectua o nosso atraso. Défice energético que nos condena
à importação de quase 90% da energia que consumimos
e no combate ao qual não há uma política nacional
consistente.
Porque é que alguns só querem falar no défice das
contas públicas? E quando falam, só falam no défice
do orçamento e da obrigação do cumprimento dos 3%,
dando ênfase apenas à contenção da despesa
pública? Porque não querem mexer nos grandes interesses.
Porque não estão a pensar combater o défice alargando
a base tributária com efectivas medidas de combate à grande
evasão e fraude fiscal, aos paraísos fiscais e porque querem
manter o escandaloso privilégio da banca que paga pouco mais de
metade do que paga qualquer micro, pequeno e médio empresário.
E quando falam na necessidade de conter a despesa das contas do Estado,
não estão a pensar nos inadmissíveis milhões
de euros de obras a mais, nos milhões de contos em prejuízo
do Estado nas dezenas e dezenas de obras públicas. Não estão
a pensar nos milhares e milhares de euros que poderiam ser poupados nas
encomendas de serviços externos, deixando desaproveitados os recursos
da própria Administração Pública. Nem sequer
estão a pensar, pôr fim à festança da nomeação
dos seus “boys” porque quem perderia seria a sua clientela,
que duplica serviços públicos, organismos e funções
e recebe chorudas indemnizações neste saltar de cadeira
em cadeira e de governo em governo sem qualquer vantagem para o país.
Apenas estão a pensar em reduzir os serviços públicos
de saúde, da educação e da segurança social,
a pensar na privatização de muitos desses serviços
que os trabalhadores e o povo devem duplamente pagar – nos impostos
e no acto da prestação de qualquer serviço.
Há quem questione como vamos financiar as nossas propostas de aumentos
de reformas, de revalorização das funções
sociais do Estado e dos trabalhadores da Administração Pública.
Não é ao bolso vazio dos simples contribuintes que estamos
a pensar ir buscar os meios necessários, mas ao saco cheio do grande
capital que, embolsando milhões e milhões de euros de lucro,
está muito longe de contribuir, como era sua obrigação,
para uma mais justa e equilibrada política fiscal. Não será
certamente também sobrecarregando quem trabalha e já paga
os seus impostos, mas àqueles que fazem da evasão e fraude
fiscais uma prática regular. É bom dizer que para pagar
os aumentos intercalares das pensões que estimamos em cerca de
290 milhões de euros, bastaria cobrar apenas um terço do
valor da evasão anual das receitas da segurança social.
Uma gota de água no oceano da receita fiscal potencial por cobrar
e que só no ano de 2002 está estimada em mais de 13 mil
milhões de euros.
Somos uma força que sabe honrar os seus compromissos e que dá
garantias de se bater pelas bandeiras que assume. Uma força que
quer ser julgada não pelos rótulos que lhe colocam, mas
pelas políticas que defende e pelas quais se bate.
Bandeiras que vamos levantar nestas eleições e na futura
Assembleia: a bandeira do crescimento económico potenciador de
emprego e com uma dimensão espacial, social e ambiental. Crescimento
que passa, nomeadamente, pela valorização da produção
e do aparelho produtivo nacional; pelo combate aos défices externos;
pelo aumento da produtividade; do investimento público e do investimento
directamente produtivo. E a nível europeu, por se privilegiar a
defesa da concretização do princípio inscrito nos
Tratados da "coesão económica e social" e da convergência
real das economias.
Levantaremos a bandeira da distribuição do rendimento nacional.
Um país que é reconhecido, quer pelas estatísticas
oficiais da União Europeia, quer pelos relatórios do Conselho
Económico e Social, como a sociedade mais desigual da União
Europeia. Um país que tem o mais baixo salário mínimo,
os mais baixos salários médios, as mais baixas pensões
de reforma e invalidez, um nível de desemprego e de precariedade
insuportáveis e simultaneamente as mais altas taxas de concentração
de riqueza e de lucro do capital financeiro tem que garantir por razões
de justiça social uma mais justa repartição do rendimento
nacional, assegurando o crescimento real e sustentado dos salários
e a elevação do nível das pensões.
O crescimento económico vigoroso e sustentado tem que assentar
em políticas macroeconómicas dirigidas à modernização
das actividades produtivas e à defesa do mercado nacional que impõem
a forte dinamização das actividades de investigação
associadas à produção, com vista à alteração
do actual perfil de especialização da economia portuguesa,
sem deixar de ter em conta a defesa de sectores tradicionais.
Levantaremos a bandeira do bem-estar das populações, que
passa particularmente pelo combate à pobreza, às desigualdades
e aos problemas sociais, dando grande atenção ao combate
à precarização do trabalho, ao trabalho com direitos,
à situação de milhares de jovens à procura
do primeiro emprego ou sem emprego garantido e às discriminações
que continuam a verificar-se em relação à mulher.
A luta pela despenalização da interrupção
voluntária da gravidez.
Uma política de bem-estar social exige um sistema público
e universal de Segurança Social, na base de um novo sistema de
financiamento que garanta a elevação das prestações
de protecção social;
Um Serviço Nacional de Saúde eficiente, pondo-se fim à
privatização dos hospitais e centros de saúde e à
lógica do lucro máximo, colocando como prioridade a drástica
redução das listas de espera, o integral aproveitamento
dos recursos e meios existentes e a resposta efectiva à falta de
médicos de família, enfermeiros e outros profissionais.
Levantaremos a bandeira da defesa da escola pública gratuita e
de qualidade, que tenha a escola pública como opção
fundamental. Pelo direito à educação e ao ensino
como um direito de todos e de cada um ao conhecimento e à criatividade,
ao pleno e harmonioso desenvolvimento das suas potencialidades, vocações
e consciência cívica, direito sustentado numa política
que assuma a educação, a ciência e a cultura como
vectores estratégicos para o desenvolvimento integrado do nosso
país.
Como levantaremos a bandeira da justiça fiscal que passa também
pelo aumento das receitas de forma justa, com a reposição
da tributação efectiva e socialmente justa das mais-valias
e do princípio do englobamento pleno de todos os rendimentos. O
desagravamento da tributação sobre os rendimentos do trabalho,
designadamente dos mais baixos e a contemplação mais adequada
das famílias numerosas. O aprofundamento do regime de tributação
das empresas financeiras e seguradoras, numa perspectiva socialmente mais
justa e equitativa.
Não descuraremos os problemas da segurança das populações
defendendo uma política assente na legalidade democrática,
que aposte seriamente numa polícia civilista e de proximidade.
Que aposte na modernização, no reequipamento e formação,
e, sobretudo, na dignificação das instituições
policiais e das condições de vida dos seus profissionais
– para dar mais segurança aos portugueses.
O nosso programa, com medidas globais e sectoriais que apresentámos
a semana passada, marca a diferença e é uma contribuição
séria para dar resposta aos graves problemas com que se debate
o povo e o país.
Nós não nos resignaremos, nem baixaremos os braços
perante o que é injusto, inaceitável e intolerável.
Nós não nos resignaremos perante os que querem perpetuar
e acentuar a exploração, a dominação, a concentração
da riqueza, através dos seus dogmas e da sua hipocrisia.
Por tudo isto, pelo nosso património de intervenção,
pela generosidade dos seus activistas e simpatizantes, o reforço
da CDU é a mais sólida garantia de que a luta por uma nova
política em Portugal terá mais força para dar voz
a quem precisa.
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