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Intervenção de Dercy
Oliveira, do Partido Ecologista «Os Verdes» Boa noite a todos e a todas: Gostaria em primeiro lugar de vos cumprimentar por não se terem acomodado e deixado ficar em casa, e por estarem aqui a apoiar a CDU e a contribuir para uma mudança política em Portugal. Gostaria, hoje e aqui, de deixar ficar algumas ideias que nos façam reflectir sobre a importância destas eleições e da necessidade da participação de todos, não só no dia 20 de Fevereiro, mas também em todo este período de campanha eleitoral. Importa pois recordar que foi mais ou menos à 3 anos, que o Eng.º
António Guterres se demitia de Primeiro Ministro, no dia 16 de
Dezembro de 2001. Na altura, o Governo PS saiu com um rótulo de
incompetência e de uma gestão desastrosa do dinheiro público. Hoje, fala-se que o país necessita de um choque tecnológico, na anterior campanha disse-se que o país necessitava de um choque fiscal, na outra anterior, onde foi eleito o Eng.º Guterres, a aposta era na educação que iria resolver tudo (...) promessas e mais promessas. O que é de facto concreto e que importa analisar é a actual
situação do país e o que a motiva. Os PS e o PSD, que se têm alternado na Governação, não se podem queixar de falta de dinheiro para levar a avante as suas políticas, basta somar todo o dinheiro que os Portugueses pagam de impostos e que não é pouco, todo o dinheiro que tem entrado desde 1986 em fundos da União Europeia e mais todo o dinheiro resultante de toda a venda de património público, para vermos, que o que falta não é dinheiro, mas sim, competência, coerência na gestão do dinheiro público e outras prioridades para o investimento. A este respeito importa lembrar, que nos 6 anos de António Guterres se conseguiu privatizar mais, que nos 10 de Cavaco e Silva o que, diga-se de passagem, não é tarefa fácil. Mas com tanto dinheiro que entrou como é que se construiu tão pouco para o futuro e se deixou destruir tanto e principalmente ao nível do tecido produtivo... Agricultura – em 1982 importávamos 25% daquilo que consumíamos, hoje, importamos 75%; Pescas – Deixamos desaparecer parte da nossa frota pesqueira em vez de a reforçarmos, numa actividade que faz parte da nossa história e cultura; Floresta – Um dos nossos maiores recursos que continua a não ser valorizado, bastando olhar para as matas públicas e para as áreas protegidas para podermos constatar que a prioridade nunca passou por aqui; Indústria – Investiu-se tanto nos têxteis e nem mesmo nesta área parece termos futuro; Ambiente – Investiu-se em ETARs que hoje estão paradas ou funcionam mal (...) estamos com pior ambiente; Território – Estimulou-se a concentração de pessoas e de investimento numa pequena faixa do litoral, promovendo-se um crescimento desiquilibrado do território; Etc etc etc ...
É pois importante que paremos para reflectir e que façamos reflectir os outros que já estão cansados da política. É importante que as decisões governativas que têm pertencido só a alguns não se transformem em culpas de todos. É importante chamar a atenção das pessoas, que durante
um ano houve dinheiro para manter os nossos militares envolvidos numa
guerra sem sentido, para adquirir helicópteros e submarinos, mas
no final como o défice tinha sido ultrapassado teve-se de ir buscar
o dinheiro ao Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósitos. Uma palavra ainda para o Bloco de Esquerda e para a campanha que quer
fazer querer que tem tantas possibilidades de eleger um deputado por Coimbra
como a CDU. A CDU tem cinco eleitos na Ass. Municipal o bloco não tem nenhum; Dizer ainda que considero no mínimo estranho que no Programa Eleitoral do BE apenas dediquem um parágrafo às florestas (pag. 47) e um outro parágrafo à Agricultura (pag. 51) o que é manifestamente pouco num documento com 110 páginas. Termino, dizendo que, provavelmente o Alexandre o Grande vencerá
o Gladiador e que provavelmente será essa a música que ouviremos
na noite do dia 20 de fevereiro. É para este último cenário que temos de trabalhar e para isso, todos temos que dar o nosso melhor contributo durante estes próximos 8 dias, porque deles resultará uma política para 4 anos. Mudar é preciso, Viva a CDU!
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