Resolução Comum sobre a Cimeira de Copenhaga
Declaração de Voto de Ilda Figueiredo
19 de Dezembro de 2002

 

As conclusões da Cimeira de Copenhaga revelam que o Conselho Europeu optou pelo adiamento da resolução de problemas sérios, numa autêntica fuga para a frente, depois de ter decidido sobre um alargamento a mais dez países, na base da discriminação, não apenas relativamente a estes, mas também aos actuais Estados-membros de economias mais débeis e maiores problemas sociais como é o caso de Portugal. Igualmente o fez relativamente a Chipre, criando maiores dúvidas sobre o que de facto vai acontecer.

Entretanto, a referência, nas conclusões da Cimeira, à situação específica da agricultura portuguesa, é feita em termos de tal modo vagos que nada garante. As consequências poderão ser muito negativas se não forem devidamente acautelados os interesses portugueses nas negociações que ainda vão decorrer, mesmo após a decisão política relativamente à adesão. É inadmissível que não se defenda uma revisão profunda da PAC e das perspectivas financeiras, como acontece com a Resolução comum que rejeitámos. Corre-se o risco de se acentuarem as desigualdades e divergências, ficando cada vez mais distante o objectivo da coesão económica e social.

Rejeitamos igualmente o apoio à ligação mais estreita da União Europeia à NATO, através do acordo global concluído.