Este acordo com a África do Sul inscreve-se na política comunitária 
    para a cooperação e desenvolvimento, visando garantir a necessária 
    solidariedade com os países em vias de desenvolvimento. Mas é 
    necessário analisar as consequências económicas e sociais 
    para ambas as partes contratantes decorrentes de um processo de liberalização 
    das trocas.
    Ora, além da eliminação dos direitos aduaneiros sobre 
    produtos sensíveis para Portugal, tais como matérias têxteis 
    e vestuário, é preocupante a situação específica 
    do acordo de Davos sobre os vinhos e bebidas espirituosas. A questão 
    da denominação de origem "Porto" é vital para 
    o sector vitivinícola português. Seria positivo que a África 
    do Sul desse passos para resolver a situação abusiva e ilegal 
    com que utiliza esta denominação. Mas, apesar dos prazos muito 
    longos do acordo de Davos e das concessões agrícolas, as últimas 
    informações referem que a África do Sul está a 
    atrasar o cumprimento deste compromisso.
    Por outro lado, é particularmente grave que este acordo possa ser separado 
    das negociações globais do acordo geral, o que levaria ao seu 
    adiamento, com todos os prejuízos daí decorrentes, criando maus 
    precedentes do ponto de vista de defesa das denominações de 
    origem comunitárias na OMC, designadamente ao nível da denominação 
    "Porto". Daí o meu voto de abstenção.