12. Argumenta-se que, sendo Portugal um país com uma dimensão geográfica limitada, com baixa densidade populacional, a criação das regiões não assumiria a importância que justificou a sua concretização noutros países. Terá isto fundamento?

A resposta poderá ser encontrada, desde logo, no facto da criação de regiões, ou de instituições equiparadas, se ter verificado em países de dimensão e população semelhante ou mesmo menores que as nossas. É o caso, por exemplo, da Dinamarca, da Finlândia, da Bélgica, da Holanda, da Áustria, etc.

Mesmo em países de maior dimensão coexistem regiões de população maior e também menor do que aquelas que irão ser criadas em Portugal, isto para além da diferente natureza que elas possam ter. Na Dinamarca, a população das 14 regiões varia entre 200 e 600 mil habitantes. Em França, há regiões com 270 e 700 mil habitantes. Na Itália, onde as regiões apresentam uma população média de 2,8 milhões, a menos populosa conta com 115 mil.

Mesmo na Alemanha há regiões que abrangem uma população de 1,5 milhões de habitantes, ou seja, significativamente menores que pelo menos 2 das possíveis regiões administrativas a criar em Portugal. Por outro lado, há países com regiões maiores em que estas não só estão divididas em municípios como em províncias (Espanha, por exemplo).

Quanto à área de Portugal, esse não é um problema impeditivo da existência das regiões e da prossecução dos seus objectivos.

Repare-se que a área média das regiões é de 3070 Km2 na Dinamarca, 3290 na Holanda, 10170 na Bélgica e 15060 na Itália, áreas que se aproximam ou ficam mesmo aquém das áreas que irão ter, por exemplo, regiões como o “Alentejo”, “Estremadura, Oeste e Ribatejo” ou a ”Beira Interior”.