Iniciativa pública sobre a luta do PCP e a intervenção dos novos militantes
Extractos da intervenção de Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP
22 de Janeiro de 2004

 

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A contagem chegou ao fim. Os apuramentos estão feitos. Chegamos a 2004 com um recrutamento de mais 1450 membros do Partido conseguidos no decorrer de 2003, e com mais 1017 membros na JCP. A campanha do Partido dos novos recrutamentos terminou na Festa do Avante, mas já depois da Festa até ao fim do ano inscreveram-se no Partido mais 453 militantes!

Creio também que só pode ser um motivo de regozijo, de confiança e de esperança para todos nós que cerca de 40% das novas adesões ao PCP em 2003 seja de cidadãos e cidadãs com menos de 30 anos, mantendo-se assim uma tendência muito positiva dos últimos anos. De igual modo, é de registar que o facto de as mulheres representarem 30% nas novas adesões ao Partido traduz um progresso em relação ao número do passado.

Isto tem para nós e para a nossa luta do presente e do futuro um grande significado!

Significado ainda mais expressivo quando sabemos que o recrutamento feito pela JCP atingiu mais mil novos militantes.

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Estamos aqui hoje, novos e velhos militantes, para celebrar o êxito destas campanhas e para anunciar que vamos lançar uma nova campanha para este ano! Teremos êxito. Creio que sim. Se em velocidade de cruzeiro conseguimos mais 453 militantes, em três meses, com algum esforço dirigido - e dirigido inclusivamente para alguns sectores específicos - poderemos chegar ao fim de 2004 com valores ainda mais expressivos do que em 2003.

Esta campanha é necessária? Não desviará esforços em ano de eleições europeias e regionais?

Respondo afirmativamente à primeira questão e negativamente à segunda.

Esta política injusta e de retrocesso vai empurrar para a luta homens, mulheres e jovens que vão ganhando consciência social e política.

E a luta só por si atrai e revela novos activistas que é necessário conquistar pelas ideias, pelo exemplo, pela coerência, pela justeza das nossas posições.

A ofensiva do Governo contra direitos sociais, salários e nível de vida, as suas contra reformas, no ensino, na saúde, na segurança social, a sua política de concentração de riqueza exige uma resposta sem tréguas.

E o PCP é o partido que lhe pode dar combate nas instituições e no movimento de massas de forma coerente, consequente, sem hesitações nem conluios. Por isso o aumento da nossa força organizada é determinante. Determinante para fazer face a esta ofensiva reaccionária, determinante para o necessário reforço do Partido no plano social, político e eleitoral e este reforço é por sua vez decisivo para derrotar esta política e este Governo.

Quanto mais tempo ele durar pior para os trabalhadores, o povo e o país!

Ainda ontem se teve conhecimento do aumento dos transportes numa taxa que é praticamente o dobro da fixada pelo Governo no Orçamento e que serviu de base para os aumentos salariais. Uma farsa!

Agora o Ministro das Obras Públicas veio justificar que tal aumento se deveu ao facto de o preço dos transportes ter ficado nos últimos anos abaixo da taxa de inflação!

E então para os trabalhadores também se vai proceder a um aumento acima da taxa de inflação fixada oficialmente sabendo-se que estas têm vindo nos últimos anos a ficar sistematicamente abaixo da taxa de inflação? O que significa objectivamente uma diminuição dos salários designadamente da Administração Pública em termos reais! Uma hipocrisia.

Alargou-se o cinto às remunerações e mordomias dos gestores hospitalares SA, aos lucros dos banqueiros, aos benefícios fiscais, às actividades especulativas, financeiras e parasitárias e aperta-se aos mesmos de sempre...

Este é o Governo do desemprego, da diminuição dos salários reais, das falências e deslocalizações de empresas, é o Governo das grandes fortunas!

É necessário derrotá-lo o mais depressa possível!

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Apelamos a todos e também aos novos militantes que tragam outros amigos ao Partido, pois organizados e juntos estaremos em muito melhores condições para travar os exigentes desafios que temos pela frente.

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