PCP condena acção criminosa do Estado de Israel
Comunicado do Secretariado do Comité Central do PCP
20 de Maio de 2004

 

A situação nos territórios ocupados da Palestina – Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Leste – tornou-se há muito um verdadeiro inferno mas o que se tem passado nos últimos dias em Rafah atingiu um tal nível de violência e de desprezo pelos direitos humanos mais elementares, que exige a mais firme tomada de posição, não apenas daqueles que são solidários com a justa causa palestiniana, mas de todos quantos prezam os valores da liberdade, da vida e da dignidade humana.

Às operações de desumana repressão, destruição de habitações e expulsão das populações, veio ontem juntar-se o cruel bombardeamento de uma manifestação pacífica de solidariedade com as vítimas mais directas das retaliações contra as populações na fronteira sul de Gaza com o Egipto.

Estes crimes não podem ficar impunes. Eles só são possíveis pelo apoio dos EUA à política do governo de Sharon e no contexto da guerra no Iraque e dos crimes cometidos pelas tropas de ocupação contra as forças da resistência e o povo iraquiano. O que torna ainda mais necessária a condenação e o isolamento do governo de Israel pelas suas práticas de terrorismo de Estado. Se crimes tão terríveis como os cometidos em Rafah não forem pronta e firmemente condenados, Israel e os EUA sentir-se-ão com as mãos livres para prosseguirem a sua escalada de genocídio do povo palestiniano e de liquidação da sua causa nacional.

Firmemente solidário com a luta libertadora do povo palestiniano, o PCP exige do Estado português e em particular do Governo uma clara e inequívoca condenação da criminosa política de Israel, única posição consentânea com a letra e o espírito da Constituição da República. Impõe-se um gesto político forte da diplomacia portuguesa. As relações entre Portugal e Israel não podem continuar como se nada de extraordinariamente grave estivesse a acontecer em matéria de direito internacional e da prática de crimes contra a humanidade. Portugal deve também intervir para que a União Europeia ponha definitivamente termo à sua passiva cumplicidade para com um Estado fora-da-lei, exigindo nomeadamente a suspensão do Acordo de Associação com este país.