Sobre as ameaças militares dos EUA ao Iraque
Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
3 de Fevereiro de 1998
As ameaças dos EUA de intervenção militar no Iraque constituem um grave perigo
para a paz e segurança na região e no mundo, e inserem-se nos seus propósitos
de hegemonia mundial.
Esta política da Administração Clinton, levada a efeito à revelia do próprio
Conselho de Segurança da ONU, encontra sérias resistências no mundo, incluindo
entre os seus mais directos aliados.
A visita de Bill Richardson a Lisboa e o seu encontro com Jaime Gama insere-se
exactamente no objectivo dos EUA de vencer resistências e ganhar apoios para
os seus propósitos agressivos em relação ao Iraque.
A posição do Governo Português assumida por Jaime Gama é particularmente grave
para a dignidade, a soberania e os interesses nacionais porque não defendeu
que o conflito entre os EUA e o Iraque deve ser resolvido no quadro da ONU por
via diplomática, nem garantiu que as bases americanas nas Lages não serão utilizadas
para agredir o Iraque. Esta posição do Governo Português é tanto mais inquietante
quanto outros países da U.E., entre eles Espanha e França, se demarcaram claramente
da posição norte-americana.
O PCP alerta para a gravidade de um envolvimento de Portugal nesta estratégia
agressiva dos EUA, que compromete a soberania nacional e os interesses e a cooperação
do nosso país com o mundo árabe.