Senhor Presidente,
  Senhores Deputados,
  
  A proposta de resolução que hoje analisamos propõe a ratificação da Convenção 
  de Conciliação e Arbitragem no Quadro da OSCE. Criam-se, através desta Convenção, 
  mecanismos para prevenir, impedir e resolver conflitos com o respeito das soberanias, 
  com o respeito do direito de cada Estado se vincular ou não à jurisdição de 
  cada comissão de conciliação ou de cada tribunal arbitral e com o respeito do 
  princípio da reciprocidade no acatar das decisões de cada um destes órgãos.
  
  A OSCE é, aliás, o espaço para a implantação efectiva de um sistema de segurança 
  e cooperação na Europa que é, constantemente, «torpedeado» pela submissão aos 
  ditames expansionistas da política da NATO. A opção, aqui, é entre a criação 
  de um clima de confiança, de desmilitarização, de equilíbrio de forças e de 
  estabilidade na Europa com vista à manutenção da paz e da segurança e a política 
  da imposição unilateral da ingerência, da manutenção do bloco político-militar 
  NATO, do aumento das suas missões, da área de influência e do novo modelo de 
  forças.
  
  Nesta opção, o que faz o nosso Governo? O nosso Governo, este mesmo que no traz 
  esta proposta, é o que se submete aos ditames da NATO e dos Estados Unidos e 
  o mesmo que aqui defende o novo conceito estratégico desta organização.
  
  Provavelmente, Sr. Presidente, Srs. Deputados, este Governo sofre de um fenómeno 
  de dupla personalidade. É uma espécie de «Dr. Jeckyll and Mr. Hyde», mas a opção 
  é, infelizmente, cada vez mais pelo «Mr. Hyde».