Assassinado em Agosto de 1936, Federico García Lorca permanece com um símbolo dos que se opuseram ao avanço franquista, e se mantiveram até ao fim ao lado do governo legítimo da República de Espanha.
Nas palavras de Pablo Neruda, Lorca «era tão popular como uma guitarra, alegre, melancólico, profundo e claro como uma criança, como o povo.(...) Escolheram-no bem aqueles que, ao fuzilá-lo, quiseram disparar sobre o coração da sua raça.(...)
«As duas Espanhas mais inconciliáveis foram postas à prova ante esta morte: a Espanha subterrânea e maldita, a Espanha crucificadora e venenosa dos grandes crimes dinásticos e eclesiásticos e, perante ela, a Espanha radiante do orgulho vital e do espírito, a Espanha meteórica da intuição, da continuidade e do descobrimento, a Espanha de Federico García Lorca».
Poeta, dramarturgo, desenhador, músico, Lorca nasceu em 5 de Junho de 1988, em Fuente Vaqueros, próximo de Granada. Foi estudante de filosofia e direito, mas desde jovem que mostrou tendência para a poesia e para a música e interessou-se pelo teatro.
Em Madrid, para onde se muda em 1919, escreve os que virá a ser mais tarde, em 1921, o Livro de Poemas, em 1927, publica Canções e um ano depois o Romanceiro Gitano, que obteve um extraordinário êxito, sendo reeditados várias vezes. Depois de uma passagem por Nova Iorque, em 1929, leva à cena a Sapateira Prodigiosa e publica o Poema do Canto Jondo.
Assume em 1932 a direcção do teatro popular ambulante, que baptiza de «La Barraca», e inicia um intensa produção dramática levando à cena, sucessivamente, Amor de Pirlinpin, D. Rosita a Solteira ou a Linguagem das Flores e Bodas de Sangue. Em 1935 publica o Pranto de Ignacio Sanchez Mejias e já depois da sua morte é publicada a Casa de Bernarda Alba.