Bertolt Brecht
Os ideais não morrem

Escritor, dramaturgo e encenador, Bertolt Brecht é uma das figuras mais importantes do nosso século, para sempre ligado ao combate contra o fascismo e à luta pelas ideias da justiça e do socialismo.

Nascido na Alemanha em 1898, Brecht foi obrigado a fugir precipitadamente do país, em 1933, logo após a ascensão de Hitler ao poder.

Só regressa em 1947, após ter passado por diferentes países até chegar aos Estados Unidos. Mas mesmo nos EUA, as suas posições políticas e a sua actividade como escritor progressista fizeram-no de novo alvo de perseguição e é chamado ao Committee on Un-American Activities.

De volta à Europa, acompanhado de sua mulher a actriz Helene Weigel, fixa-se em Berlim onde permanecerá até a sua morte em 1956. Aí assiste, em 1949, à fundação da República Democrática Alemã, de um lado, e da República Federal Alemã, do outro, que materializa assim a separação em dois Estados do III Reich de Hitler. Brecht opta de forma inequívoca pela nacionalidade da nova república socialista.

Fundador da teoria do Teatro Épico, nas suas peças satiriza a burguesia (caso da Ópera dos Três Vinténs, de 1928, de parceria com Kurt Weill); evoca a revolução proletária (A Mãe, de 1932, na base do romance de M. Gorki, e Os Dias da Comuna, de 1948-49); entra no drama histórico (Mãe Coragem e seus Filhos, de 1939, e, no mesmo ano, Galileu,); ou na parábola filosófica (A Boa Mulher de Setzuan, de 1938-40, e Círculo de Giz Caucasiano, de 1948). Da sua vasta obra destacam-se ainda os Poemas e Canções.