Clã

Os Clã formam-se em Novembro de 92, pela mão de Helder Gonçalves, principal compositor e director musical, que convoca para dar corpo ao projecto Miguel Ferreira, Pedro Biscaia, Pedro Rito, Fernando Gonçalves e Manuela Azevedo.

Depois de um ano de ensaios (93) e outro de apresentação ao vivo (94), celebram em 95 um contrato discográfico com a multinacional Emi- Valentim de Carvalho, iniciando nesse mesmo ano as gravações do seu primeiro álbum de originais.

«Luso Qualquer Coisa», produzido por Mário Barreiros e Carlos Tê (também responsável por duas letras e co-autorias de outras letras com Hélder Gonçalves), é editado a 14 de Fevereiro de 96. Aclamado pela crítica e com forte presença nas rádios nacionais, este primeiro trabalho impõe os Clã como uma das mais fortes revelações da música portuguesa emergente. Em 96 foram ainda nomeados para melhor banda revelação – prémios Blitz 96.

Em Abril de 97 apresentam no Auditório da Antena 3 um espectáculo especial constituído por versões alternativas das suas canções, onde contam com a participação da cantora Maria João na interpretação do tema «Pois É». Esta canção e a versão de «Não Vás» viriam a ser incluídos na Colectânea «Ao vivo na Antena 3».

«Kazoo», o 2º álbum dos Clã, é editado a 15 de Setembro de 97, dando origem a uma tournée de mais de dois anos, com mais de cem espectáculos por todo o país, com direito de passagem por Macau e Brasil. São nomeados para melhor banda, melhor canção (Problema de Expressão) e melhor voz feminina na edição dos prémios Blitz 97, tendo sido atribuído a Manuela Azevedo o prémio para melhor voz feminina nacional. O grupo estreia-se nos grandes palcos dos festivais de verão, nas edições de 1998 do Festival Super Rock (na Praça Sony), Festival de Paredes de Coura e Noites Ritual Rock. Elaboram o projecto Afinidades: espectáculo encomendado pela Expo98, estreado em Setembro desse ano e que conta com a participação de Sérgio Godinho. Este projecto é depois apresentado no Porto em Janeiro de 99, em três noites esgotadas no Teatro Rivoli, iniciando-se aí uma série de apresentações que levaram este concerto um pouco por todo o país. Ainda em 99 participam no CD de homenagem aos Xutos & Pontapés «XX anos XX bandas» com a versão do tema «Conta-me histórias», escolhida como primeiro single desta colectânea. Em 99 destacam-se os concertos do Sudueste e Maré de Agosto. Lustro é o 3º álbum dos Clã, com a edição a 22 de Maio de 2000. Este álbum traz como novidade a colaboração, ao lado de Carlos Tê, de outros letristas como Ségio Godinho, Manel Cruz, dos Ornatos Violeta e Arnaldo Antunes, músico e poeta paulista. A digressão do «Lustro» dura aproximadamente, ano e meio, ultrapassando a centena e meia de espectáculos. A destacar nesta digressão, uma apresentação em Cannes, no âmbito do Festival Internacional de Cinema, em homenagem à participação do realizador Manoel de Oliveira com o filme «Vou para casa».

Outros concertos a destacar no ano de 2000: Festival Transatlântico, Festival de Paredes de Coura, Noites Ritual Rock e Festa do Avante!

Ainda em 2000 participam no CD espectáculo «Ar de Rock – 20 anos depois», numa recriação do tema «Bairro do Oriente» de Rui Veloso e Carlos Tê. A 4 de Dezembro desse ano os Clã apresentam-se em nome próprio na Aula Magna, em Lisboa, num concerto que conta com a participação de Manuel Cruz, dos Ornatos Violeta, Maria João e Mário Laginha, Nuno Rafael e ainda Adolfo Luxúria Canibal, dos Mão Morta. Este espectáculo viria depois a ser repetido em duas noitas no Hard Club, em Vila Nova de Gaia, a 28 de Fevereiro. Na mesma altura do concerto da Aula Magna, «Lustro» torna-se no primeiro disco de prata do grupo ultrapassando, pouco tempo depois, as 20 mil unidades vendidas, conquistando assim o galardão de Disco de Ouro.

Em Março de 2001, foram convidados para o espectáculo de tributo aos Beatles, no qual participaram com as versões dos temas « A hard day’s nigth», «Lucy in the sky with diamonds», «Everbody’s got something to hide except for me and my monkey». Participam na edição de 2001 do Festival de Vilar de Mouros. Nomeação para os prêmios Blitz/Clix 2000 para a melhor canção nacional (H2Omem) e para mais três categorias nas quais são vencedores: melhor voz feminina nacional, melhor grupo nacional e melhor álbum nacional.

A convite do Porto 2001, e inserido no porjecto «Odisseia nas Imagens», os Clã apresentam «Música para Nosferatu», banda sonora original da autoria de Hélder Gonçalves, compositor do grupo, executada ao vivo pelos Clã, acompanhando a exibição do clássico do cinema mudo «Nosferatu» de F. W. Murnau. A estréia deste filme concerto ocorre a 30 de Outubro no Teatro Rivoli no Porto. Ainda em 2001 editam «Afinidades – Clã e Sérgio Godinho ao vivo», com base nas gravações das três apresentações do projecto em 99 no Rivoli. O álbum, um mês depois de editado, atinge o Disco de Prata; no concerto único no Coliseu de Lisboa é entregue aos Clã e a Sérgio Godinho o Disco de Ouro correspondente. Tendo encerrado a digressão «Lustro» em Dezembro de 2001 e após uma extensa tournée, o grupo decide afastar-se dos palcos nacionais até à saída do novo álbum. Nesse sentido, o grupo define como um dos objectivos para este período de interregno, até à saída do 4º álbum, a internacionalização do seu trabalho. Neste âmbito, o álbum «Lustro» é editado em França, pela EMI francesa, em Janeiro de 2002, seguido de uma apresentação da banda na Sala «Le Divan du Monde» e no dia seguinte, na sala Razzmatz em Barcelona. A outra meta definida pelos Clã é a apresentação em outras salas do filme-concerto «Música para Nosferatu». No ano de 2002, destacam-se as apresentações de Músicas para Nosferatu» em Santa Maria da Feira, no encerramento do festival de Cinema Imago, na Covilhã e no Cine Teatro de Torres Vedras. Em 2003 o grupo apresenta o filme-concerto em Lisboa no Fórum Lisboa perante uma sala esgotada. O grupo fez ainda em 2003 uma tournée, na qual apresentou um espectáculo intimista por diversas salas do país, onde foram dadas a conhecer grande parte das músicas do novo álbum. No início de 2004, o grupo entra em estúdio para gravar o 4º álbum de originais. O novo trabalho de nome «Rosa Carne» é editado em Maio. Deu-se início na mesma altura à tournée que contou até ao final do ano com 52 concertos. A destacar a apresentação no Grande Auditório do Centro Cultural Olga Cadaval com os convidados Paulo Furtado e Arnaldo Antunes e encenação inspirada no universo do último álbum. Em 2005 é editado o primeiro DVD da banda, bem como o tão aguardado disco ao vivo.

Composição:

  • Manuela Azevedo – Voz;
  • Hélder Gonçalves – baixo piccolo e voz;
  • Miguel Ferreira – sintetizadores e voz;
  • Pedro Biscaia – Rhodes, hammond e Juno;
  • Pedro Rito – baixo eléctrico;
  • Fernando Gonçalves – bateria;

Discografia:

  • 1 - Lusoqualquercoisa – 1996;
  • 2 – Ao vivo na Antena 3 – Colectânea – 1997;
  • 3 – Kazoo – 1997;
  • 4 - Afinidades - 1999;
  • 5 – XX anos XX bandas – Tributo Xutos & Pontapés – 1999;
  • 6 – Lustro – 2000;
  • 7 - Hard RocK – Tributo a Rui Veloso – 2000;
  • 8 – Rosa Carne – 2004;

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