A Festa do Avante é um espaço de celebração da Liberdade.
No ano em que se assinalam 30 anos sobre o 25 de Abril de 1974, a Festa reúne, nas mais variadas áreas, iniciativas comemorativas da Revolução.

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PAVILHÃO CENTRAL

O Pavilhão Central, este ano, será um palco privilegiado das comemorações do 30º Aniversário do 25 de Abril.

“Que Viva Abril, Sempre!” será o lema da grande exposição que o Pavilhão Central da Festa do «Avante!» apresentará aos seus visitantes. Estará dividida em quatro espaços: o fascismo em Portugal, a resistência antifascista (onde se reproduzirá o ambiente de uma tipografia clandestina), o 25 de Abril e as conquistas da Revolução, e os ataques dos sucessivos governos às conquistas de Abril. O vídeo será uma componente importante da exposição, com a passagem de um filme de homenagem a José Carlos Ary dos Santos, intitulado “As Portas que Abril Abriu”, bem como um outro filme com imagens de arquivo do Partido do período da Revolução.

Estará também patente uma exposição fotográfica, intitulada “30 Momentos de Abril”, onde serão expostos trabalhos do fotógrafo Júlio Diniz.”. Júlio Pereira Diniz nasceu em Almada em 1925. Integrou a equipa da Filmarte desde a sua inauguração, em 1949, aí permanecendo até ao fim da sua actividade, tendo sido mestre de inúmeros aprendizes e colaborador de algumas publicações periódicas, entre elas O Diário de Lisboa, O Século, República, A Bola, a revista Stadium e, após o 25 de Abril, o jornal Avante! e O Diário. Paralelamente trabalhou e partilhou experiências com conceituados fotógrafos como o mestre António Paixão, o fotógrafo de cinema João Martins, Eduardo Gageiro, Gerard Castelo Lopes, Artur Pastor e Augusto Cabrita. Do espólio fotográfico de Júlio Diniz fazem parte trabalhos com um implícito sentido humano da realidade envolvente profundamente marcado por princípios de igualdade e justiça social, a par com uma técnica construída fora do meio erudito, enriquecida na experiência e apurada ao longo de mais de cinquenta anos de carreira. Neste espaço de exposição serão, também, apresentados trabalhos fotográficos de alguns jovens fotógrafos em início de carreira, sob a temática “Liberdade”.

Assinalando, ainda, os 20 anos da morte de Ary dos Santos e as comemorações do 30º aniversário do 25 de Abril, o PCP e as Edições «Avante!» apresentarão um DVD, de conteúdos vídeo e Rom. O DVD contém um vídeo com depoimentos de amigos e imagens históricas de Ary a declamar os seus poemas. Estes conteúdos podem ser visualizados num televisor com leitor de DVD e estão legendados em português para pessoas com deficiência auditiva. Os conteúdos DVD-Rom têm uma grande componente interactiva, uma exposição virtual baseada na exposição de homenagem a Ary patente na Festa do «Avante!» de 2003. Nesta viagem virtual e tridimensional podemos percorrer todo o espaço da exposição, visualizar manuscritos e inúmeras fotografias, ler parte da sua obra poética e ouvi-lo declamar os seus próprios poemas. Este DVD estará à venda no Pavilhão Central, na Loja da Festa.

AVANTEATRO

Autos da Revolução
com textos de António Lobo Antunes


Na ocasião do trigésimo aniversário da Revolução, o CENDREV escolheu levar a cena a palavra de um dos nossos maiores escritores.

Ao olhar para o passado, António Lobo Antunes recusa-se a contribuir para a edificação de uma lenda dourada do 25 de Abril. As personagens que cria não são heróis, mas pessoas comuns, cheias de contradições, que levam uma vida anónima nas margens da Revolução. O espectáculo propõe os relatos cruzados de sete personagens: um carregador de mudanças, um tenente-coronel do exército, um militante maoista, uma criada, uma camponesa empregada numa quinta, uma burguesa religiosa e um patrão de empresas. Cada um evoca do seu ponto de vista, o 25 de Abril e o que lhe aconteceu.

O texto do espectáculo compõe-se de trechos, não adaptados, de “Conhecimento do Inferno”, “Fado Alexandrino”, “Auto dos Danados” e “O Manual dos Inquisidores”.

Ficha Técnica

Encenação: Pierre-Etienne Heymann, com a colaboração de Rosário Gonzaga
Assistente de Encenação : Rosário Gonzaga
Música : Gil Salgueiro Nave
Execução Musical : Gil Salgueiro Nave, Luís Cardoso e Paulo Pires
Cenografia e Figurinos : Henri Cueco
Iluminação : João Carlos Marques
Interpretação : Álvaro Corte Real, Ana Meira, Figueira Cid, Isabel Bilou, Jorge Baião, José Russo e Maria Marrafa.

MÚSICA

PALCO «25 DE ABRIL»

CONCERTO DE MÚSICA CLÁSSICA

No primeiro dia da Festa do «Avante!» deste ano, pelas 22 horas, no Palco «25 de Abril», realizar-se-á um concerto de música clássica comemorativo do 30º aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974 e que apresenta algumas características inéditas entre nós.

O projecto do concerto surgiu essencialmente em torno de duas ideias: por um lado, a original situação actual da música erudita no nosso país com a consagração nacional e internacional de um elevado número de pianistas portugueses, facto que tem, aliás tido reflexos de vária ordem, como foi o caso da programação da Festa da Música do CCB neste ano. Por outro lado, o número 3 e a sua vasta significação cultural tem especial presença na música, sugerindo assim uma simbólica ligação às três décadas decorridas sobre a Revolução dos Cravos.

Trabalhando em conjunto com os solistas convidados – Pedro Burmester, António Rosado e Mário Laginha, bem como com o maestro Vasco Pearce de Azevedo, concluiu-se assim a elaboração de um programa com traços de originalidade no panorama musical português e que apresenta simultaneamente uma particular adequação às condições especiais de grande espectáculo de ar livre características da Festa do «Avante!».

I
Wolfgang Amadeus Mozart
Abertura «As Bodas de Fígaro»
Commedia per musica in quattro atti o Dramma Giocoso
KV 492
Orquestra Sinfonietta de Lisboa
dirigida
Vasco Pearce de Azevedo

II
Wolfgang Amadeus Mozarta
Concerto para Piano e Orquestra em dó Maior
KV 467
Solista
António Rosado

Orquestra Sinfonietta de Lisboa
dirigida
Vasco Pearce de Azevedo

III
Johann Sebastian Bach
Concerto para Dois Pianos e Orquestra em dó Menor
BWV 1060
Solistas
Pedro Burmester
Mário Laginha

Orquestra Sinfonietta de Lisboa
dirigida
Vasco Pearce de Azevedo

IV
Johann Sebastian Bach
Concerto para Três Pianos e Orquestra em dó Maior
BWV 1064
Solistas
Pedro Burmester
António Rosado
Mário Laginha

Orquestra Sinfonietta de Lisboa
dirigida
Vasco Pearce de Azevedo

V
George Friederich Haendel
Abertura Música para os Reais Fogos-de-Artifício
HWV 351

Orquestra Sinfonietta de Lisboa
dirigida
Vasco Pearce de Azevedo

ESTREIA PÚBLICA DAS PEÇAS
« GRÂNDOLAS»
COMPOSTAS E EXECUTADAS POR MÁRIO LAGINHA E BERNARDO SASSETTI
PARA ESTA GRAVAÇÃO

CD 1
GRÂNDOLAS
A história das cinco canções que acompanharam Grândola Vila Morena no 25 de Abril de 1974
Traz Outro Amigo Também, Venham Mais Cinco e Canto Moço de José Afonso
E Depois do Adeus de José Niza e José Calvário, cantada por Paulo de Carvalho
Life on The Ocean Wave a marcha de Henry Russell interpretada pela H.M. Royal Marines Bands

Ruben de Carvalho
texto
Luís Filipe Costa
narração

CD 2

GRÂNDOLAS
Seis Canções e Dois Pianos
nos Trinta Anos de Abril

Mário Laginha e Bernardo Sassetti

COMPOSIÇÃO SOBRE OS TEMAS
Grândola Vila Morena (José Afonso) • Trás Outro Amigo Também (José Afonso)
Venham Mais Cinco (José Afonso) • Canto Moço (José Afonso) • Depois do Adeus (José Niza / José Calvário) • Life on the Ocean Wave (Henry Russel)


CD 3
AS REPORTAGENS (I)
Reportagens radiofónicas do dia 25 de Abril de 1974

Adelino Gomes, Paulo Coelho e Pedro Laranjeira

Narração
João Paulo Guerra
Montagem
Pedro Laranjeira

CD 4
AS REPORTAGENS (II)
Reportagens do dia 25 de Abril de 1974

Adelino Gomes, Paulo Coelho e Pedro Laranjeira

Narração
João Paulo Guerra
Montagem
Pedro Laranjeira

GRÂNDOLAS
Seis Canções e Dois Pianos
nos Trinta Anos de Abril

A composição de Mário Laginha e Bernardo Sassetti por eles interpretada neste CD foi expressamente encomendada para esta edição pela Guilda da Música – Companhia Nacional de Música e pela Festa do «Avante!»

Foi gravada entre 21 e 26 de Março de 2004 nos Estúdios Valentim de Carvalho, em Paço d’Arcos, pelo técnico de som Nélson Carvalho
Pianos de concerto fornecidos por Fernando Rosado, Lda.
A estreia pública far-se-á a 4 de Setembro de 2004 na Festa do «Avante!» - Quinta da Atalaia – Amora – Seixal

Mário Laginha e Bernardo Sassetti representados por
ONC Produções Culturais, Lda
oncproducoes@netcabo.pt


AS REPORTAGENS (I e II)

Duplo LP editado originalmente com o título O Dia 25 de Abril. Diário de uma Revolução em 1974 pela Sassetti-Guilda da Música – série DISCO FALADO em colaboração com a Seara Nova – DP 050/2 MONO
Montagem Pedro Laranjeira
Capa Acácio Santos

Booklet

Textos Ruben de Carvalho

Arranjo gráfico C ao quadrado
Fabricado por MPO - Portugal

ary
PALAVRAS DITAS FADOS CANTADOS

CD 1
Ary por Si Mesmo
Retrato do Povo de Lisboa (1’47’’) • Três Adereços Recebidos como Herança (1’32’’) • O Guarda-Chuva (2’00’’) • Minha Mãe Que Não Tenho (1’56’’) • O Poema Original (1’58’’) • A Pesca (2’38’’) • Pavana para Uma Burguesa Defunta (2’40’’) • Insofrimento (1’50’’) • O Objecto (1’10’’) • Soneto Presente (1’11’’) • Trovas Genealógicas (2’54’’) • Auto-Retrato (1’13’’) • Sones Detergeticum (0’56’’)

INÉDITOS
Meu Amor, Meu Amor (1’16’’) • Brevíssima Antologia da Poesia Com Certeza (4’52’’) • Retrato de Gomes Leal (1’09’’) • Arte Peripoética (1’37’’) • Os Sapatos (3’09’’) • A Máquina Fotográfica (3’33’’) • Lisbon By Night (2’30’’) • O Cio da Poesia (1’35’’) • Retrato de Luís de Camões (1’02’’) • Retrato de Rimbaud (0’56’’) • Retrato de Alves Redol (1’12’’) • Roteiro (2’54’’)

CD 2
Fados Cantados

Amália Rodrigues
Meu Amor, Meu Amor (Alan Oulman) 2’20’’ • Alfama (Alan Oulman) 2’36’’ • Rosa Vermelha (Alan Oulman) 2’08’’ • Meu Amigo Está Longe (Alan Oulman) 2’26’’ • Amêndoa Amarga (Alan Oulman) 2’34’’

Carlos do Carmo
Um Homem na Cidade (José Luís Tinoco) 3’55’’ • O Cacilheiro (Paulo de Carvalho) 2’55’’ • Fado do Campo Grande (António Victorino de Almeida) 5’11’’ • O Amarelo da Carris (José Luís Tinoco) 3’12’’ • Fado da Pouca Sorte (Fernando Tordo) 2’23’’

Beatriz da Conceição
Meu Corpo (Fernando Tordo) 2’46’’


CD 3
Sátiras e Líricas de Bocage

Um Célebre Mulato (0’45’’) • Ao Padre Joaquim Franco (0’49’’) • Aos Sócios da Nova Arcádia (0’53’’) • A António Saumier (1’24’’) • Pena de Talião (1’55’’) • Efígie do Dr. Luís da França Amaral (0’56’’) • Belchior Curvo Semedo (0’46’’) • Sr. José Ventura Montado (0’51’’) • A Propósito dos Versos de Filinto Elísio (1’07’’) • Liberdade (0’44’’) • Olha Marília (0’52’’) • Se É Doce (0’58’’) • Importuna Razão (0’58’’) • Enquanto Muda Jaz (1’05’’) • Noite Amiga de Amor (1’08’’) • A Frouxidão do Amor (0’53’’) • Camões (0’55’’) • Já Bocage Não Sou (0’54’’) • Meu Ser Evaporei (0’58’’) • Aqui Onde Arquejando (1’1’8’’) • Na Doença (1’01’’) • Já Por Bárbaros Climas (1’01’’) • O Retrato da Morte (1’07’’)


CD 4
Líricas de Camões
com Eunice Muñoz (•)

Redondilha «Descalça vai para a fonte» (1’20’’) • Esparsa ao Desconcerto do Mundo • (0’56’’)
Sonetos
«Erros meus, má fortuna, amor ardente» (1’26’’) • «Amor é fogo que arde sem se ver» • (1’32’’) • «Transforma-se o amador na coisa amada» (0’59’’) • Busque Amor novas artes, novo engenho» • (1’45’’) • «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» (1’07’’) • «Aquela triste e leda madrugada» • (1’37’’) • «Sete anos de pastor Jacob servia» • (1«’41’’) • «O Céu, à terra, o vento sossegado» (1’20’’) • «Cá nesta Babilónia donde mana» • (1’53’’) • «Eu cantei já, e agora vou chorando» (1’20’’) • «O dia em que nasci morra e pareça» • (1’34’’)
Os Lusíadas
Episódio de Inês de Castro (10’25’’)


CD 1

Editado em LP por Sassetti-Guilda da Música. Série Disco Falado. Lisboa, 1971
Estúdios Polysom • Engenheiro de som: Moreno Pinto • Recolha de ruídos directos: Alexandre Gonçalves • Montagem e encenação sonora: Manuel Jorge Veloso • Selecção literária: Alberto Ferreira • Capa: Soares Rocha

CD2

Amália Rodrigues
Meu Amor, Mau Amor (Ary dos Santos/Alan Oulman)
Alfama (Ary dos Santos/Alan Oulman)
Rosa Vermelha (Ary dos Santos/Alan Oulman)
Meu Amigo Está Longe (Ary dos Santos/Alan Oulman)
Amêndoa Amarga (Ary dos Santos/Alan Oulman)
Acompanhamento: Fontes Rocha (guitarra) e Martinho da Assunção (viola) • Gravado nos estúdios Valentim de Carvalho (Paço d’Arcos) • Técnico de som: Hugo Ribeiro • Montagem digital: Fernando Paulo • Fotografia: Augusto Cabrita • Capa: Manuel Correia
Editado em LP Cantigas numa Língua Antiga. Lisboa, 1977
Por gentil cedência de EMI/Valentim de Carvalho


Carlos do Carmo
Um Homem na Cidade (Ary dos Santos/José Luís Tinoco)
O Cacilheiro (Ary dos Santos/Paulo de Carvalho)
Fado do Campo Grande (Ary dos Santos/António Victorino de Almeida)
O Amarelo da Carris (Ary dos Santos/José Luís Tinoco)
Fado da Pouca Sorte (Ary dos Santos/Fernando Tordo)
Acompanhamento: Raúl Nery (1ª guitarra), António Chaínho (2ª guitarra), Martinho da Assunção (viola e direcção musical), José Maria Nóbrega (viola baixo)
Supervisão musical: Thilo Krassman • Som: Hugo Ribeiro • Operador: Fernando Cortez • Fotos: Homem Cardoso • Capa: Manuel Vieira
Editado em LP Um Homem na Cidade por TROVA. Lisboa, 1984
Por gentil cedência de Universal

Beatriz da Conceição

Meu Corpo (Ary dos Santos/Fernando Tordo)


CD 3

Editado em LP por Sassetti-Guilda da Música. Série Disco Falado. Lisboa, 1975


CD 4
Editado em LP por Sassetti-Guilda da Música. Série Disco Falado. Lisboa, 1971
Estúdios Nacional Filmes • Som: Heliodoro Pires • Montagem: Moreno Pinto • Direcção literária: Alberto Ferreira • Capa: Soares Rocha


Booklet

Fotos Eduardo Gageiro

Texto Ruben de Carvalho

Texto de Natália Correia. Prefácio in ARY DOS SANTOS, José Carlos. «As Palavras das Cantigas». Edições «Avante!». Lisboa, 1990.
Gentilmente cedido por Edições «Avante!»

Biografia de José Carlos Ary dos Santos por Pedro Félix in CASTELO-BRANCO, Salwa El-Shawan (coord.) «Enciclopédia da Música em Portugal no Séc. XX». Lisboa, Círculo de Leitores e Editorial Notícias (no prelo)
Gentilmente cedido por Círculo de Leitores e Editorial Notícias

Arranjo gráfico C ao Quadrado
Fabricado por MPO – Portugal


Zé Eduardo Unit
“A Jazzar no Zeca”


O projecto “A Jazzar”, do Zé Eduardo Unit, nasceu por encomenda do Cineclube de Faro, através da sua presidente Anabela Moutinho, após dois espectáculos, respectivamente em 1999 e em 2001. O primeiro celebrava os 25 anos do 25 de Abril em que o trio tocava temas célebres dessa ocasião histórica, e o segundo homenageava a história do Cinema Português.

“A Jazzar no Cinema Português” foi o primeiro e estrondoso passo, disco do ano em 2002 pelo site Jazz Portugal da responsabilidade do crítico José Duarte, e pela revista de Jazz “All Jazz”. Para além da excelente visibilidade e recepção do disco, as suas vendas foram muito além das expectativas, esgotando a primeira edição de 2.000 exemplares, justificando uma segunda edição que continua a vender a bom ritmo.

Do historial humano e musical de Zé Eduardo e na sequência do concerto de 1999, surgiu a ideia de homenagear um dos mais importantes autores nacionais de todos os tempos, José Afonso, que foi simultaneamente, com as suas palavras e músicas, um dos nomes mais importantes da revolução dos cravos.

Fazem parte desta gravação temas como “Cantar Alentejano”, “Coro da Primavera”, “Traz outro amigo também”, “Grândola” e “O que faz falta é avisar a malta”, ganhando nova forma com arranjos muito originais, plenos de humor e magia.

Curiosamente Zé Eduardo escolheu estes temas pelas letras e não pela música, “...basicamente pelo que representam e pela força das palavras, campo onde o Zeca era um mestre...”. “...é claro que a música do Zeca também faz sentido sem a poesia, mas foi graças à sua união com as palavras que o todo se tornou definitivo nesse momento histórico crucial”.

Zé Eduardo estudou arquitectura até 1974 e conviveu de perto com as movimentações estudantis anti-regime, sendo um activista confesso. Tornou-se músico de "estúdio" em 1975 e até 1982 teve a oportunidade de tocar e gravar com alguns dos maiores nomes da música portuguesa, entre eles, Sérgio Godinho, Fausto, Júlio Pereira, Adriano Correia de Oliveira, Pedro Barroso, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Carlos Mendes, Carlos do Carmo, Luís Cília, e com o próprio José Afonso.

Foi fundador e director do Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal e da Orquestra de Jazz do Hot Clube antes de se mudar para Barcelona, onde viveu entre 1982 e 1995.
Aí desenvolveu actividade intensa como director do conhecido Taller de Músics de Barcelona onde os seus programas lançaram para a vida profissional uma série de músicos bem conhecidos do país vizinho. Também como "sideman" acompanhou grandes nomes da cena internacional, Art Farmer, Harold Land, Tete Montoliu, Steve Lacy, Kenny Wheeler, etc. Com o seu Zé Eduardo Unit gravou dois discos em Espanha, respectivamente em 1989 e 1990, e tocou em numerosos festivais um pouco por toda a Europa.

De regresso a Portugal, foi essencialmente como professor (e algumas vezes como "performer" ou orquestrador) que estabeleceu a sua actividade. Foi director do Departamento de Jazz da Escola Profissional de Música de Almada e fundador da Escola de Jazz do Barreiro, além de ter leccionado em inúmeros "workshops" e todo o tipo de acções formativas.

Mas é 2002 que marca a imposição definitiva do "performer" sobre as suas outras facetas. Zé Eduardo não tem parado de tocar com o novo formato do seu Unit, em trio, com o baterista Bruno Pedroso e o saxofonista Jesus Santadreu.

Bruno Pedroso é um dos bateristas portugueses mais requisitados. Versátil e inventivo, a sua participação na concepção musical do trio não se ficou apenas pelas baquetas.

Jesus Santandreu é já um dos nomes maiores do saxofone em Espanha, não só pelas suas qualidades musicais muito acima da média, mas também pelo seu humor e espírito generoso que podem levar a música do trio a lugares insólitos. Nas palavras de Zé Eduardo, “...tenho com ele uma empatia musical e pessoal absoluta..."

Jesús Santandreu
1970
Como todos os músicos que nasceram em Valencia e devido ao desenvolvimento do Jazz nesta cidade começou a aprender e praticar música desde muito novo.
Realizou estudos em Carcaixent e em Madrid e participa em seminários de Jazz organizados por instituições privadas. Obtem a licenciatura em «Perfomance» pelo Berklee College of Music.
Recebeu a menção honrosa e prémio da SGAE, por duas das suas composições, e uma beca de Berklee. Obteve uma bolsa da Fundação «Sadao Watanable»
Participou em vários projectos e gravações, festivais, certames, documentários, seminários e conferências. Actualmente acumula a docência com os seus concertos e a vida de músico profissional e compositor. Ocasionalmente trabalha ainda como músico de estúdio.

Marc Miralta
Marc Miralta nasce em Barcelona no ano de 1996. Começa a tocar bateria aos sete anos e aos doze recebe aulas do mesmo intrumento com Pau Mombardó. Estudou percussão clássica e toca também tábuas indús. Estudou na Escola de Música Zeleste em Barcelona (1980 –84), no Conservatório Superior de Música de Barcelona (1982 – 89), e ainda no Berklee College of Music de Boston (1990 –93).
Actuou em vários festivais e clubes de Jazz de Espanha, EUA, Canadá, Austrália, México, Argentina, França, Itália, Áustria, Alemanha, Holanda, ex Checoslováquia, Hungria e também em Portugal. Tocou, entre outros, com: Pat Metheny, Gary Burton, Steve Lacy, Paquito d’ Rivera, Tete Montoliu, Art Framer, George Garzone, Jerry Bergonzi, Mark Turner, Joshua Redman, Perico Sambeat, Chano Dominguez, Gerardo Núnez y Esparanza Fernández.
Tem ao longo da sua carreira conhecido várias formações e estilos musicais que incluem desde a música clássica com a Jovem Orquestra Européia do Marcado Comum (ECYO), dirigida por Cláudio Abbado, a Orquestra Sinfónica de Barcelona e a Orquestra Nacional da Catalunha. Foi professor de bateria no Taller de Músics de Barcelona (1986-90) e realizou vários seminários em cidades europeias como Barcelona, San Sebastián, Cádiz, Sedávi (Valencia), Sevilha, Rousse (Bulgária), Langnau (Suíça).
Gravou mais de vinte CDs e acaba de ser lançado o seu primeiro disco como líder do grupo «New York Flamenco Reunion» ( Nuevos médios). Gravou também para vários canais de televisão na Europa.
A sua longa carreira foi sendo consagrada pela obtenção de vários prêmios, entre os quais se destacam: o melhor grupo do Festival de Jazz de Manresa (1985), Prémio do melhor Solista do Festival de Manresa (1985), Segundo Prémio do Festival de Jazz de San Sebastián (1986), Segundo Prémio no Concurso de Big Bands européias de Berlin (1988), Primeiro Prémio no Festival de Jazz de Getxo com Iñaki Salvador Trio (1989), Prémio do Melhor Percusionista do Berklee College of Music (1991), Prémio do músico mais activo do Berklee College of Music (1992), Prémio do Melhor Solista de Base 1999, atribuído pela Associação de Músicos de Jazz da Catalunha e Prémio do Melhor Grupo com o New York Flamenco Reunion (1999) outorgado pela mesma aassociação.

VITORINO E JANITA SALOMÉ
Utopia

Unidos pelo sangue, reunidos pela música e pela Ideia de José Afonso. Vitorino e Janita Salomé reencontram-se, com a recente edição do disco ao vivo “Utopia”, num projecto que nasceu para os palcos, nomeadamente para a Expo 98. Para além do CD, “Utopia” regressa também no formato de espectáculo ao vivo, com a grande festa da música e das palavras de um dos maiores, mais apaixonados e apaixonantes nomes da música portuguesa. Porque afinal “cantar-te sei e apenas isso faz sentido”*.

Quem teve a felicidade de estar no CCB, nas noites de 22 e 23 de Fevereiro sabe que, nessas duas noites, a música, as palavras e as utopias de José Afonso estiveram mais presentes do que nunca, desde a ausênsia do trovador, onze anos antes. Sabe que nesses dois momentos de música e celebração, as almas do auditório esgotado se tornaram realmente gémeas e se renderam a temas como “A Morte Saiu À Rua”, “Chamaram-me Cigano”, “Canto Moço”, “Utopia” ou “Grândola”, revisitados por Vitorino e Janita Salomé.

O sucesso de “Utopia”, um espectáculo idealizado e interpretado por estes dois dos maiores companheiros de canções e de luta de José Afonso foi tal que os responsáveis pela programação da Expo 98 não quiseram deixar passar ao lado a oportunidade de envolver todos os visitantes da Exposição Mundial de Lisboa nesta celebração. “Utopia” foi inserido no calendário dos “100 Dias da Expo 98”, tendo ficado na memória como um dos maiores sucessos de toda a Exposição.

A recente edição discográfica de “Utopia” (EMI Music Portugal) vem perpetuar esses momentos de verdadeira comunhão musical e espiritual com José Afonso, registando o melhor dos dois espectáculos do CCB. Um disco com as vozes de Vitorino e Janita Salomé, arranjos e direcção musical a cargo de João Paulo Esteves da Silva e produção de Paulo Pulido Valente e Vitorino.

E porque a música e a mensagem de José Afonso nunca se esgotam, Vitorino e Janita Salomé regressam aos palcos nacionais com “Utopias”. O mesmo projecto, a mesma paixão, renovados, num espectáculo em que os dois companheiros de José Afonso se fazem acompanhar de diversos instrumentistas, revelações da nova geração, para revisitarem algumas das mais belas, e por vezes menos conhecidas das suas canções, bem como algumas homenagens originais. É o espectáculo que é uma homenagem sentida a um dos maiores trovadores da música portuguesa de todos os tempos. Um espectáculo de grande música, grandes ideias, muitas emoções e, sempre, de festa.

Nas palavras de Vitorino, “Vamos recordá-lo no menos conhecido da sua obra e com o olhar acrescido de João Paulo Esteves da Silva, Ricardo Rocha, Rui Alves e Jorge Reis da nova geração. E quem nos ouvir e escutar com atenção, vai reconhecer-se nestas melodias lindíssimas e lembrar-se como é bonita e diferente a música portuguesa que acompanhou o momento social e político mais importante da última metade do século XX na história de Portugal: o 25 de Abril de 1974”. Afinal, estamos a celebrar no 30º aniversário de Abril. O tempo certo para sair à rua, ao palco, e vir cantar o Zeca, pelas vozes de Vitorino e Janita Salomé.

Pode o sol morrer de velho,
Pode o gelo arder também.
Mas a voz que de ti nasce
Já não morre com ninguém*.

*Excerto da letra de “Zeca”, da autoria de Hélia Correia para música de Janita Salomé.

LIVROS
lançamentos e memória

Na Cidade do livro da Festa do «Avante!» os 30 anos da Revolução de Abril serão assinalados com diversas iniciativas, nomeadamente dois lançamentos:

Saudades ...Não Têm Conto! , um novo livro do histórico dirigente do PCP António Dias Lourenço, durante quase duas décadas director do «Avante!»;

Sonhos de Poeta, Vida de Revolucionário de Manuel Pedro, igualmente dirigente do PCP, funcionário clandestino do Partido longos anos preso durante o fascismo.

Estes lançamentos serão, como habitualmente, acompanhados de colóquios e sessões de autógrafos.

A Festa do Livro igualmente propõe uma zona específica onde estarão expostas obras que pelo seu conteúdo, têm uma forte ligação com a data e que preservam a memória da resistência e da Revolução, dos seus personagens, das lutas que travaram, do seu quotidiano e vivências.

Nela podem encontrar-se largas dezenas de títulos, alguns muito recentemente editados, como Carlos Gil - Um Fotógrafo na Revolução ou Ary dos Santos – Fotobiografia, a par de obras que são já verdadeiros clássicos como A Revolução Portuguesa. O Passado e o Futuro de Álvaro Cunhal.

DEBATES

CICLO DE COLÓQUIOS
“25 DE ABRIL, 30 ANOS”

Na Festa do “Avante!”, que é também Festa do debate de ideias, o 25 de Abril escreve-se com R - de Revolução.

Sendo uma iniciativa em que a comemoração dos 30 anos da Revolução de Abril um dos seus eixos principais a Festa do “Avante!” abordará este tema partindo de uma perspectiva e concepção dinâmica, portanto intimamente ligada à actualidade nacional e não apenas como uma mera evocação de uma das datas maiores da nossa História.

O ciclo de Colóquios 25 de Abril – 30 anos que percorrerá diferentes espaços e tempos da Festa do “Avante!” tentará envolver os visitantes da Festa numa profícua e contínua troca de ideias sobre o papel da revolução portuguesa, o Portugal construído em 74 e o Portugal dos dias de hoje.

No ciclo de Colóquios participarão aqueles que resistiram ao fascismo e edificaram as bases da Revolução e aqueles que no início da história da democracia em Portugal assumiram as maiores responsabilidades partidárias e nacionais. Lado a lado com estes estarão aqueles que hoje assumem como sua a tarefa de defender as conquistas de abril e estão na primeira linha dos combates pelo aprofundamento da democracia e a defesa dos direitos do povo português. No espaço internacional a palavra será dada aqueles que fora de Portugal lutaram pela autodeterminação e liberdade dos seus países e povos e que em alguns dos casos dirigem hoje os seus países independentes e soberanos.

Ciclo de Colóquios “25 de Abril, 30 anos”

Sexta Feira
• Fórum Central – “25 de Abril, 30 anos – O Serviço Nacional de Saúde e a Segurança Social”

Sábado
• Fórum Central – “25 de Abril, 30 anos - Essência do regime democrático e a participação popular”
• Fórum Central – “25 de Abril, 30 anos – a luta dos trabalhadores e a sua organização”
• Espaço “À conversa com” – “25 de Abril, 30 anos – Revolução e liberdade de criação”
• Espaço Internacional – “25 de Abril, 30 anos – Solidariedade internacional e internacionalista”

Domingo
• Fórum Central – “25 de Abril, 30 anos – A força e a actualidade da Revolução”