CONTRABANDO

Contrabando é o nome deste
grupo musical que orienta a sua intervenção pela
revivência da música popular portuguesa, em temas
originais e cuja sonoridade surpreende ao mesmo tempo pela novidade
e pelo velho reconhecimento dos sons tradicionais.
É constituído por cinco músicos que pautam
pela mesma bitola a sua intervenção musical, por
um lado utilizando sempre que possível instrumentos tradicionais
como a viola campaniça ou a sarronca, por outro, criando,
em temas originais, os sons que fazem reviver a música
tradicional. Estes músicos, intimamente ligados ao Alentejo
através desta cultura que lhes deu berço, traduzem
este facto numa maior incidência das ambiências, sons
e instrumentos alentejanos. São, no entanto, constantemente
visitados os sons do cavaquinho, do José Afonso, de África
e de todos os outros locais onde a música popular portuguesa
se reencontre. O seu primeiro trabalho discográfico, «Fresta»,
resultou dessa fusão, e identifica-se pela sua originalidade
e pela recuperação de instrumentos e sons tradicionais.
Contrabando é constituído por
cinco músicos com percursos e currículos assinaláveis,
nomeadamente no âmbito da música produzida no Alentejo.
Nuno Cabrita, vocalista, autor, compositor, e
produtor, Henrique Lopes, guitarrista, autor
e compositor, Luís Melgueira e Valter
Passarinho, percussionistas, Carlos Menezes,
contrabaixista, e mais recentemente Celina da Piedade,
mostram no seu currículo individual os caminhos que os
levaram à criação de trabalhos de qualidade.
O resultado do trabalho destes músicos experientes, unidos
no âmbito do grupo Contrabando desde a sua fundação
no ano de 1999, tem na edição do seu primeiro álbum,
Fresta, em 2000, o corolário desta simbiose musical.
Desde então, partindo deste seu primeiro trabalho discográfico,
realizaram inúmeros espectáculos e apresentações,
alguns deles com recurso a sistemas de multimédia.
Nuno Cabrita, nasceu em 1966 e é fundador,
em 1999, do grupo Contrabando. Iniciou a sua
actividade musical em 1983. Passou brevemente pelo teatro «A
Comuna» e no palco de «A Barraca»,
em Lisboa, participou numa peça de teatro, intitulada «Dois
Tempos de Teatro, um Tempo de País» (1984/1985),
de M. Moura, na qual intervém como actor, compositor e
director musical, interpretando poemas de José Gomes Ferreira.
Reside em Évora desde 1987. Frequenta o curso de Arquitectura
Paisagista e é membro e dirigente do Coro da Universidade
de Évora-CORUÉ.
Em 1993, participa na primeira edição do programa
«Chuva de Estrelas», através da interpretação
do tema «A Morte saiu à Rua» e «Cantigas
do Maio», de José Afonso. Participa no 31º.
Festival RTP da Canção, em 1994, interpretando um
tema de Paco Bandeira, «Conselho». Participa no projecto
«Palco de Estrelas», criado por Paco Bandeira, que
conta ainda com a presença de Samuel. Este projecto inclui
a gravação e edição de um trabalho
discográfico, intitulado «Palco de Estrelas»
(1994) e a realização de uma digressão, durante
os dois anos seguintes, por todo o país. Interpreta o tema
«Nasci no campo» de Paco Bandeira, na telenovela «Roseira
Brava». Participa no disco «Roseira Brava» e
no videoclip com o mesmo nome. Interpreta o tema «Conselho»
na telenovela «Primeiro Amor» e o tema «O Sol
do Mendigo» na telenovela «Filhos do Vento»,
ambos da autoria de Paco Bandeira. Participa como cantor residente
no programa de televisão da RTP2, da autoria de Paco Bandeira,
intitulado «Cantares de Amigo». Participa nos programas
de televisão «Marginalidades», «Praça
da Alegria», «Bom Dia» e «Parabéns».
Em 1999 inclui o tema «Verdade ou Mentira (sussurro)»
de que é autor, no disco «Cantar em Liberdade»
editado pela Câmara Municipal de Évora, em comemoração
dos 25 anos do 25 de Abril.
Henrique José Leocádio Nunes,
nasceu em Montemor-o-Novo em 1963. Guitarrista e compositor, fez
estudos de música clássica na Academia de Música
Eborense, onde concluiu as disciplinas de Formação
Musical, Análise e Técnicas de Composição,
Acústica, História da Música, e Prática
de Teclado e Coro. Frequentou ainda a disciplina de Guitarra Clássica.
Iniciou os seus estudos musicais na «Banda Filarmónica
da Sociedade Carlista», onde veio a tocar trombone. Frequentou
e concluiu o Curso de Actor da Escola de Formação
Teatral do Centro Cultural de Évora (actual Cendrev) em
1988 e 1989, aí trabalhando com Filipe Crawford, Artur
Ramos, Valentim Lemos, Luís Varela, entre outros. Em 1992
participa como músico na peça «Lorca, Lorca»
da mesma companhia, com encenação de Gil Nave. Trabalhou
com Mafalda Veiga e fez parte do Coral São Domingos de
Montemor-o-Novo. Foi sócio-fundador do jornal local «Folha
de Montemor», escrevendo inúmeros artigos sobre cinema,
música, teatro e televisão. Em 1990 e 1991 foi professor
de guitarra clássica e iniciação musical
na Escola de Música da Sociedade Carlista (polo da Academia
de Música Eborense). É desde 1993, Professor de
Educação Musical do Ensino Básico. Frequenta
desde 1995 os cursos de pedagogia musical do professor e pedagogo
belga Jos Wuytack.
É um dos fundadores do grupo de música popular
«Porta Aberta», em 1983, com o qual gravaria dois
trabalhos discográficos: «Atalhos e Trabalhos»
(1989) e «Ecologia» (1991). Com este grupo efectuou
diversas actuações por todo o país e pelo
estrangeiro, participou em vários programas televisivos,
em intercâmbios com a companhia de teatro «A Barraca»
e em primeiras partes de espectáculos de Trovante, Vitorino,
Maria João, Paulo de Carvalho, Paco Bandeira, Brigada Victor
Jara. Em 1992 fundou com outros músicos o grupo de música
popular, «Canto Chão». Com este grupo gravou
um CD, «Ventos do Sul» (1996) e o teledisco intitulado
«Senhora Maria». Com este projecto participou em inúmeras
actuações em Portugal e Espanha, nos programas televisivos
«Viva a Manhã», «Praça da Alegria»,
«Big Show Sic» e «Made in Portugal» e
na banda sonora da telenovela «Vidas de Sal». Em 1997
foi director musical, produtor executivo e compositor de 12 temas
originais incluídos no trabalho discográfico «Sem
Tempo... Sem Margens», realizado por alunos, funcionários
e professores da Escola Básica Integrada Bernardim Ribeiro
do Torrão. Neste trabalho contou com a colaboração
da escritora Maria Rosa Colaço.
No trabalho com o Contrabando introduz outros instrumentos de
corda, como a viola campaniça, viola braguesa, viola beiroa,
bandolim e cavaquinho.
Luís Filipe Pelaio Melgueira nasceu em
Montemor-o-Novo em 1956. Percussionista, estudou no Conservatório
de Évora durante cinco anos. Participou na gravação
de dois trabalhos discográficos do grupo «Porta Aberta»,
intitulados «Atalhos e Trabalhos» (1989) e «Ecologia»
(1991). Foi produtor e percussionista do grupo. É membro
e fundador e produtor do grupo de música popular portuguesa
«Canto Chão», com o qual gravou o trabalho
discográfico «Ventos do Sul» (1996). Participou
no âmbito destes trabalhos, em variados programas de televisão
e em espectáculos por vários países como
Espanha, França, Alemanha, Holanda, Suíça
e Inglaterra. No domínio da divulgação da
música do Alentejo, faz recolhas musicais, que recria nos
trabalhos em que participa, nomeadamente, a partir da recuperação
e utilização de instrumentos de percussão
tradicionais.
No projecto Contrabando destaca a introdução de
instrumentos tradicionais, como sejam as bilhas e a sarronca.
Participou recentemente nos espectáculos de promoção
e divulgação deste trabalho, já referidos.
Carlos Menezes nasceu em 1976. Contrabaixista,
com o Curso de Instrumento de Nível III, na Escola Profissional
de Musica de Évora e o 4° ano da Licenciatura em Música,
na Universidade de Évora. Começou o seu estudo no
contrabaixo em 1992 com o professor Pedro Wallentein, no ano seguinte
com o professor Manuel Rego e em 1994 com o professor Ioury Axenov
com quem estuda até hoje. Enquanto aluno da Escola Profissional
de Música de Évora, foi primeiro contrabaixo da
orquestra clássica desta escola. Terminou a prova de aptidão
profissional no Contrabaixo com 18 valores e participou em 1995
e 1997 no estágio da Orquestra das Escolas Particulares.
Em 1998 foi convidado para leccionar contrabaixo na Academia de
Música Eborense e no ano seguinte na Escola Profissional
de Música de Évora juntamente com o professor Ioury
Axenov. É primeiro contrabaixo na Orquestra Juvenil «Cidade
de Évora». Desde 1998 é convidado regularmente
por duas das principais orquestras portuguesas, a Orquestra Metropolitana
de Lisboa e a Orquestra Gulbenkian. Neste âmbito, teve o
privilégio de trabalhar com alguns dos mais conceituados
maestros a nível internacional, tais como, Graça
Moura, Ivo Cruz, Lawrence Foster, Michael Zilm, Claudio Scimone,
Muhai Tang, Gunther Herbig, Philippe Auguin, Junichi Hirokami,
Luca Pfaff, entre outros. Leccionou Contrabaixo no ano de 2001/02
no Conservatório Regional do Algarve «Maria Campina».
Paralelamente à vertente clássica passou por vários
projectos de diversos estilos e géneros musicais, nomeadamente
nas áreas do jazz e da música tradicional portuguesa,
explorando novas formas de interpretação da música
e do contrabaixo. É membro do grupo Contrabando desde 2000.
Valter Passarinho, nasceu a 21 de Março
de 1979 em Reguengos de Monsaraz. Percussionista, ingressou em
1991 na Escola Profissional de Música de Évora,
onde frequentou os cursos Básico de Instrumento e Instrumentista,
tendo como professores de percussão Carlos Girão,
José Carinhas, Eduardo Lopes, entre outros. Concluídos
estes cursos, em 1998 entrou para a Universidade de Évora
onde prosseguiu os seus estudos de instrumento com o professor
Eduardo Lopes. Participou em estágios de orquestras para
jovens, nomeadamente, na Orquestra das Escolas de Música
Portuguesas (1994, 1996, 1997, 1998), Orquestra de Sopros de Jovens
Músicos (1994) e na Orquestra de Sopros dos Templários
(2000). A sua carreira profissional engloba várias actividades
musicais, desde recitais a solo, gravações, colaboração
com algumas orquestras, como são exemplo a Orquestra Gulbenkian,
a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Sinfónica
da Universidade de Yale (USA) e a Orquestra Sinfónica Juvenil
e participação em grupos de variados géneros
e estilos musicais, como são exemplo o Grupo de Percussão
de Évora e o Grupo de Metais do Seixal. Por diversas vezes
foi convidado a representar Portugal em actuações
no estrangeiro, nomeadamente Polónia, Bulgária,
Espanha, França, Moçambique e Macau. Em Março
2001, após prestar provas públicas, ingressou na
Banda da Armada, onde se encontra actualmente a desempenhar a
sua profissão. Paralelamente à sua actividade profissional,
lecciona em algumas escolas de música. Desde 2001 integra
o grupo Contrabando.
Celina da Piedade, nasceu em 1978, em Lisboa.
Iniciou a sua formação musical e o acordeão
aos 5 anos, com a Prof. Helena Mendes. Ingressou no Conservatório
Regional de Setúbal aos 10 anos, onde realizou o 8º.
Grau de Formação Musical (Curso Geral e Complementar
completo), Coro e Classe de Conjunto completo (8 anos), Curso
de História da Música (3 anos), frequência
do 5º Grau de Piano e 7º Grau de Acordeão. Na
Universidade de Évora frequenta o curso de História,
ramo Património Cultural na Universidade de Évora.
Principalmente como acordeonista mas também como vocalista
participa desde 1994 em diversos projectos musicais, donde se
destaca a sua colaboração com Rodrigo Leão
e Né Ladeiras, no projecto At-tambur e em Évora,
no grupo de música popular Modas à Margem do Tempo
e mais recentemente com o grupo Contrabando.
Tem no seu currículo uma actividade extensa e variada
em diversas áreas de intervenção artística.
Participou como instrumentista de acordeão na realização
de diversas oficinas de dança tradicional - danças
tradicionais Portuguesas, Saias (danças tradicionais Alentejanas),
danças tradicionais Europeias, danças tradicionais
para crianças, danças Bascas, danças do Poitou.,
em colaboração com diversas instituições.
Participou em projectos de animação cultural como
o teatro de marionetas do Mamulengo, na Bienal Internacional de
Marionetas de Évora; no desfile «o Foral de Évora»
a 1 de Junho de 2001 como animadora de danças e em oficinas
ligadas à expressão dramática, como a «Improvisação
Teatral», com André Gago; «Histórias
em movimento», com Marta Coutinho e «Big game»,
com Gregg Moore. Participou em Festivais de diversos âmbitos,
em variadas formações musicais, dos quais se destacam:
«Andanças», festival Internacional de Danças
Populares em S. Pedro do Sul, em 1999, 2000, 2001 e 2002, «Entrudanças»,
e «II Entrudanças», festival de danças
populares em Évora, em 2000 e 2001, «Grand Bal d’Europe-
Gennetinnes», França, Julho de 2000, «Viv’á
Rua»-Programa OFF, com o grupo Chocalhos, «Festival
de Artesanato de Suzdal», Rússia, Agosto de 2001
e o «Festival de Música Tradicional de Tribulhadouro»,
em Junho de 2001).
Actualmente participa em projectos musicais como é o caso
do grupo Contrabando e trabalha como professora de Acordeão
no Conservatório de Setúbal e na Escola de Artes
da Associação Pé-de-Xumbo.
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