Xutos e Pontapés


O que é que se pode dizer, de novo, sobre os Xutos? Que se há rock em Portugal, ele é representado nesta banda? Que se há canções que atravessam gerações no nosso país, são as deste grupo? Que se há exemplo de associação entre a música popular e capacidade de intervir, é dado pelo comportamento dos elementos desta formação?

Um anúncio de jornal juntou, em 1979, os elementos originais dos "Xutos" e daí para cá aconteceu uma história exemplar para o rock português - um percurso que se inicia a tocar em ensaios de uma garagem, até ao estrelato e à institucionalização. O que não é nada vulgar é esta permanência constante ao longo do tempo, este saber viver e sobreviver num meio onde tudo, por norma, é curto e efémero. Ainda por cima marcando posição, muitas vezes marginal, sobre a indústria em que trabalham, ajudando à formação de novas correntes, de novos grupos e à afirmação de novos músicos.

Para a Festa do "Avante!" vem, mais uma vez, um grupo que só se pode elogiar e a garantia de um espectáculo enérgico, de um rock que explica como o rock deve ser. E a garantia de enchente frente ao Palco 25 de Abril com um público a vibrar com grande intensidade.