Orquestra Metropolitana de Lisboa
A música deve ser um bem partilhável, essencial. Foi com esta visão que Miguel Graça Moura, maestro, fez nascer um projecto integrado que combina acção musical e ensino, no qual se incluem a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Académica Metropolitana, a Academia Nacional Superior de Orquestra, aberta em Outubro de 1992, e o Conservatório Metropolitano de Música de Lisboa, instituições reconhecidas oficialmente pelo Ministério da Educação, assim como a Escola Metropolitana de Música de Lisboa, destinada à iniciação musical, e a Academia Metropolitana de Amadores de Música.
A gestão de todas estas entidades é assegurada pela Associação Música-Educação e Cultura, Associação cultural sem fins lucrativos e com um estatuto de utilidade pública.
Neste projecto cada membro da Orquestra associa à sua função de músico uma vertente pedagógica, desempenhando quatro tarefas distintas: trabalho regular na Orquestra; exibição periódica em formação de câmara (trios, quartetos, quintetos, etc.); exibição periódica em recitais a solo (acompanhados ao piano, cravo, órgão ou harpa); ensino numa das escolas da Associação.
Esta forma de organização, totalmente original, tem permitido a ligação estreita entre a prática musical e o ensino, bem como a melhoria incessante da qualidade artística dos executantes pela complementação regular das actividades orquestrais com a música de câmara e os recitais a solo, com consequentes aumentos da produtividade a um custo mais baixo. E é esta interligação que tem permitido também a fidelização do público através da animação regular e sistemática, e ainda a criação do ensino superior adequado às necessidades prementes do nosso País neste ramo - formação de instrumentistas de orquestra e de maestros.
Uma carreira de sucesso
Foi no 10 de Junho de 1992, Dia de Portugal, de Camões e da Comunidades Portuguesas, que a Orquestra Metropolitana de Lisboa se estreou, tendo como solista e pianista Maria João Pires. Desde então, assegura mais de 500 concertos por ano, sendo que a maioria são recitais a solo e música de câmara.
Em 29 de Janeiro de 1993, na cerimónia da abertura Oficial das Comemorações dos 450 Anos de Amizade entre Portugal e o Japão, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, em associação com a orquestra alemã Anhaltische Philarmonie e cinco coros, incluindo um japonês, num total de 450 figuras, realiza uma execução memorável da 9.º Sinfonia de Beethoven na Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, gravada e posteriormente transmitida pela RTP.
Em Setembro de 1993, a convite da Comissão e do Parlamento Europeus, realiza a sua primeira digressão no estrangeiro, exibindo-se com grande sucesso em Estrasburgo e Bruxelas.
Em 1996, conquista um Disco de Platina pela venda de mais de 24.000 exemplares do seu segundo disco.
Em Outono de 1997, a Orquestra Metropolitana de Lisboa viaja em tournée por Itália, Índia, Coreia do Sul, Macau e Tailândia e, em Setembro de 1999, realiza com grande sucesso uma tourneé ao Japão.
Para além do maestro Miguel Graça Moura, tem a Orquestra sido dirigida por grandes maestros internacionais como Jean Sébastien Béreau, Olivier Cuendet, Lucas Pfaff, Victor Yampolsky, Henrique Dimecke, Yuan Fang ou Jin Wang, e tem tocado com solistas como Augustin Dumay, Gerardo Ribeiro, Ana Bela Chaves, Pedro Burmester, Liliana Bizineche, Tatiana Nikolayeva e muitos outros.
A Orquestra Metropolitana de Lisboa já gravou sete discos compactos, cinco dos quais editados pela EMI Classics e dois pela RCA Classics.
![]() Miguel Graça Moura Maestro |
Natural do Porto, diplomou-se com os cursos superiores de piano e de composição do Conservatório de Música do Porto. Paralelamente, cursou Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Estudou em França (Estrasburgo, Paris e Reims) direcção de orquestra com Jean-Sébastien Béreau e análise musical com Renê Schmidt, tendo concluído ambos estes cursos com a classificação máxima (Premier Prix), em 1984. Tornou-se então professor no Conservatório Nacional de Reims e assistente de Jean-Sébastien Béreau. A sua carreira de maestro começou-a em França como Director Musical da Orquestra Universitária de Estrasburgo e em seguida da Orquestra Sinfónica Universitária de Grenoble. Regressado a Portugal em 1986, fundou e dirigiu sucessivamente a Orquestra Portuguesa da Juventude e a Orquestra de Câmara "La Folia". Em 1992, fundou a Orquestra Metropolitana de Lisboa e a Academia Nacional Superior de Orquestra, e posteriormente o Conservatório Metropolitano de Música de Lisboa, a Escola Metropolitana de Música de Lisboa e a Academia Metropolitana de Amadores de Música, todas integradas num projecto global por si dirigido e que se tem afirmado como um modelo inovador e eficaz de gestão cultural e educativa. Dirigiu entretanto quase todas as orquestras portuguesas e várias estrangeiras. Tem dirigido solistas de renome internacional como Maria João Pires, Augustin Dumay, Tatiana Nikolayeva, Liliana Bizineche, Pedro Burmester, Gerardo Ribeiro, Jorge Moyano, Ana Bela Chaves, Adilia Alieva, Lee-Chin Siow e muitos outros. É também compositor, com uma vintena de obras estreadas em Portugal e no estrangeiro, entre as quais o octeto Nada Se Sabe, Tudo Se Imagina, sobre poemas de Fernando Pessoa, encomendado pelo Festival Internacional de Música Contemporânea Música 84 de Estrasburgo, e a obra para piano Interrogations, premiada no Festival de Nápoles de 1986. |