Em defesa da Língua portuguesa, dinamizar a luta !
Nota da Direcção da Organização na Emigração do PCP
24 de Setembro de 2002

 

O PCP manifesta a sua total solidariedade com os cerca de 40 professores dos cursos de português na Suíça, contratados localmente, que correm o risco de ir para o desemprego, bem como à comunidade portuguesa; estes professores, decidiram ocupar as instalações do consulado de Portugal em Genebra, após terem esgotado outras formas de luta sem que o Ministério da Educação tenha dado resposta aos seus problemas.

Com efeito, agora, já depois de iniciado o ano lectivo naquele país, o Governo do PSD/PP decidiu publicar um despacho alterando os critérios de contratação introduzindo desta forma um clima de instabilidade nos cursos de português que abrangem cerca de 4 mil alunos.

Este é mais um exemplo do desprezo a que este Governo tem votado as comunidades portuguesas norteando a sua acção unicamente por critérios economicistas.

O PCP desde há muitos anos que encara a defesa, a expansão e promoção da língua e cultura portuguesas como uma questão estratégica para Portugal e para o seu futuro.

Não basta o contentamento de a língua portuguesa ser uma das mais faladas no Mundo. A questão que está de há muito colocada é a das políticas que têm sido desenvolvidas e se perspectivam desenvolver para preservar e projectar esta potencialidade nacional. Na verdade, fala-se cada vez mais da projecção de Portugal no Mundo. Mas fala-se cada vez mais dessa projecção, por via da crescente participação externa em missões militares, do que por via da afirmação do riquíssimo património que são a cultura e a língua portuguesa.

O PCP denuncia esta política de “terra queimada” e bater-se-á contra as medidas do Governo.

Desde já irá confrontar o Ministro da Educação com esta e outras situações que a pedido do Grupo Parlamentar do PCP estará no próximo dia 27 de Setembro na Assembleia da República.

Ao mesmo tempo, o PCP exorta as comunidades portuguesas a dinamizarem a luta em defesa do ensino da língua e cultura portuguesas, combatendo também deste modo um rumo político nacional que, a prosseguir, conduzirá a mais dificuldades para a diáspora.