Pedido de esclarecimento ao Ministro das Finanças e da Economia, quando deu conta não só da evolução da reestruturação empresarial no sector do gás e do petróleo mas também da política de energia
Intervenção do Deputado Vicente Merendas
27 de Janeiro de 2000

 

Sr. Presidente,
Sr. Ministro das Finanças e da Economia,

a Norporte, empresa de confecções situada em Alhos Vedros, concelho da Moita, encontra-se paralisada desde o final de Julho de 1999. Envolvido neste processo está um senhor que já encerrou duas empresas - a Aloport e a GEFA - na mesma região.

Na passada sexta-feira, o sindicato encontrava-se em reunião com o vosso Secretário de Estado, que voltou a garantir uma solução para os problemas da Norporte, solução que já havia garantido a 5 de Agosto de 1999, e, à mesma hora, os trabalhadores são surpreendidos com uma execução fiscal, surgindo o corpo de intervenção da GNR a impor, através da força, a retirada das máquinas da empresa.

Sr. Ministro, eu vivi aquele espectáculo infame. Vi operárias de lágrimas nos olhos a tentarem impedir a saída das máquinas, com a revolta estampada nos rostos, em defesa dos seus empregos e a terem como resposta a actuação do corpo de intervenção da GNR! Sr. Ministro, a impunidade que reina no encerramento fraudulento da empresa é um autêntico escândalo.

Sr. Ministro,

pode dizer-se que, quem tiver engenho e arte suficientes para mentir, aldrabar, enganar, explorar, faça-o que o Governo cala-se! Na Norporte, estão encontradas as causas e apurados os responsáveis; o Governo não pode ficar mudo e quedo perante este estado de coisas.

Diga-me, Sr. Ministro, se as promessas feitas na altura da campanha eleitoral foram a fingir.

Sr. Ministro,

para terminar, coloco-lhe duas questões concretas: o Sr. Ministro vai ficar passivo, sem intervir na defesa da empresa Norporte, por forma a salvaguardar os postos de trabalho tal como foi prometido? O Sr. Ministro vai permitir que a impunidade seja premiada neste país?