A escalada militar da NATO contra a Jugoslávia
  Nota da Comissão Política do PCP
  12 de Outubro de 1998
1. A escalada militar da NATO contra 
  a Jugoslávia, orquestrada e liderada pelos EUA a pretexto da situação no Kosovo, 
  assumiu nos últimos dias inquietantes proporções.
  
Os EUA, que há muito tomaram a decisão de impor a sua hegemonia nos Balcãs, pressionam os seus aliados, na NATO e fora dela, para, mesmo à revelia da ONU e do Conselho de Segurança, apoiarem e participarem em operações de guerra contra a Jugoslávia. Para o dia de hoje, estão a ser anunciadas decisões cruciais no plano político e operacional que abrem caminho a acções militares de agressão contra um país soberano.
  2. Perante uma tal situação, o PCP sublinha, 
  uma vez mais, a sua firme oposição ao envolvimento militar de Portugal no conflito. 
  Na sequência da veemente crítica e condenação já anteriormente expressas a declarações 
  extemporâneas do Ministro da Defesa, o Partido Comunista Português considera 
  juridicamente artificiosa e politicamente inaceitável qualquer decisão de disponibilização 
  de meios militares portugueses para as operações da NATO contra a Jugoslávia 
  sem debate e voto prévio, em sede de Assembleia da República.
  
  3. O PCP chama a atenção para que a complexa 
  questão do Kosovo é no fundamental e na sua essência um problema interno da 
  Jugoslávia cuja solução deve necessariamente ser procurada pela negociação e 
  o compromisso político e não pela repressão interna ou pela ameaça ou uso da 
  força militar na sua vertente internacional.
  
  4. O PCP sublinha que o que está em marcha 
  é uma acção unilateral de "polícia" dos EUA, utilizando a NATO para os seus 
  próprios fins imperialistas, com arrogante desrespeito pelas normas mais elementares 
  do direito internacional e desprezo pelo papel de organizações internacionais, 
  como a ONU e a OCSE, na preservação da paz e segurança.
  
  5. As consequências e repercussões, no 
  plano europeu e mundial resultantes da agressão da NATO contra a Jugoslávia, 
  seriam extremamente graves. É necessário tudo fazer para as evitar, manifestando 
  firme oposição a todo e qualquer envolvimento de Portugal nessa perigosa aventura 
  militar.