Incêndios florestais ocorridos em 2004 (sessão de perguntas ao Governo)
Intervenção de Rodeia Machado
24 de Setembro de 2004

 

Sr. Presidente,
Sr. Secretário de Estado,

Antes de mais, gostaria de dizer-lhe que o meu camarada Bernardino Soares não é bombeiro, mas eu sou. Todavia, ninguém precisa de ser bombeiro para ouvir as populações e os bombeiros e saber as críticas que eles fazem ao sistema em funcionamento.

Ora, na Arrábida ouvimos os bombeiros afirmarem e reafirmarem que se tivesse havido ajuda pronta dos helicópteros e dos aviões bombardeiros de combate aos incêndios o fogo não se teria propagado como se propagou. É claro que esta é uma situação que todos conhecemos.

Na comissão de incêndios, no ano passado, ficaram provadas uma série de questões que todos entenderam, excepto o Governo, porque, embora tenha tomado algumas medidas, não pôs no terreno as medidas necessárias, nomeadamente a coordenação do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, para obstar a que tal voltasse a acontecer.

Há uma série de situações que ainda hoje estão por resolver, nomeadamente a compra de equipamento de comunicações para os bombeiros.

Sr. Secretário de Estado, há ainda promessas feitas este ano, nos incêndios de 2004. Dou-lhe um exemplo: andei de Salir a Odeceixe e na serra de S. Barnabé, em Almodôvar, e as situações são calamitosas.

Há populações afectadas, pois arderam a cortiça, o medronheiro, as colmeias, que eram a base de subsistência daquelas populações. O Primeiro-Ministro foi lá e disse que iria resolver a questão. Foram feitos os levantamentos, mas, até hoje, não houve qualquer apoio a essas populações, a não ser por parte das câmaras municipais.

Sr. Secretário de Estado, para quando esses apoios? Quando irão cumprir as promessas que fizeram no terreno e que nunca mais cumpriram? As populações vêem-se desamparadas.