Intervenção de Paulo Loya, membro do Comité Central, Comício comemorativo do 96º aniversário do PCP

«Vamos ao trabalho, com confiança, determinação e combatividade, na defesa dos trabalhadores e das massas populares»

Camaradas e Amigos

Comemorar os 96 anos do PCP, é falar de um Partido com História, Vida e Luta sempre ligado aos anseios e realizações dos trabalhadores e do Povo português;

Portador de um projecto de Futuro, assumido no seu Programa: Uma Democracia Avançada – Os Valores de Abril no Futuro de Portugal, enquanto parte integrante da construção de uma sociedade socialista no nosso País;

E que na situação actual propõe uma Política Patriótica e de Esquerda, cujos oito aspectos essenciais constam da resolução política aprovada no XX Congresso, e assume de forma clara, que o futuro do nosso País, implica uma necessária e urgente ruptura com a política de direita e os constrangimentos da União Europeia.

Ruptura que, como demonstra a defesa, reposição e conquista de direitos na nova fase da vida política nacional, só é possível com o alargamento da frente social de luta, porque só esta permitirá consolidar avanços e dar novos passos para levar mais longe a resposta aos problemas e aspirações dos trabalhadores e do povo.

Camaradas e amigos

Num processo conjunto de intervenção e luta regista-se no distrito de Lisboa, uma crescente evolução da luta de massas, a partir de questões concretas dos trabalhadores e das populações, que é necessário ampliar e elevar a novos patamares.

Intervenção e luta dos trabalhadores e populações, com expressão em plenários, greves, saídas à rua, manifestações, concentrações, abaixo assinados, e cadernos reivindicativos, entre outras formas.

Luta de massas na qual a CGTP – IN, a União dos Sindicatos de Lisboa e os sindicatos, que daqui saudamos, têm assumido uma acção decisiva, esclarecendo e mobilizando os trabalhadores, mas também os movimentos de massas das populações.

Por melhores salários, direitos e condições de trabalho, contra a precariedade estiveram em luta os trabalhadores do Centro de Logística da Sonae, do call center da EDP, da INCM, da Valorsul/ EGF, do Centro Nacional de Pensões, os trabalhadores da área da Saúde, os trabalhadores do sector dos Transportes, os trabalhadores não docentes das escolas, entre muitos outros;

Exigindo contractos de trabalho e contra a precariedade, estiveram em luta a larga maioria dos docentes da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, e também os bolseiros de Investigação Científica.

Por um serviço público de cultura e um Orçamento de Estado, que caminhe para o objectivo de 1%, a Cultura saiu à rua;

A luta pela Erradicação da Pobreza, teve expressão em diversas acções no distrito;

Em defesa do Serviço Nacional de Saúde, estiveram em luta os utentes da Pontinha, Algueirão e Rio de Mouro exigindo mais médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar.

Luta pelo SNS que assume maior importância, perante a parceria anunciada, entre a CM de Cascais/ gestão do PSD e a Universidade Católica, visando criar a primeira faculdade de medicina privada em Portugal.

Em defesa dos Transportes Públicos e pelo Direito à Mobilidade, estiveram em luta os utentes da Carris e do Metro, convergindo com a luta dos trabalhadores, contra a brutal degradação da oferta provocada pelo Governo PSD/CDS e, rejeitando o constante adiamento das respostas necessárias e urgentes, como mais trabalhadores, investimentos e redução de preços.

Luta que também denunciou, e de forma clara, a manobra do Governo em apoio ao candidato do PS à CM de Lisboa, no quadro da municipalização da Carris, e que veio introduzir uma clara discriminação entre utentes que vivem em Lisboa e outros que habitam nos concelhos vizinhos.

Intervenção e luta que deu avanços, que importa valorizar, e que contou com a iniciativa própria do PCP, em acções e iniciativas, destacando-se, entre outras:

A Marcha em Sacavém por melhores salários, reformas e em defesa da produção nacional;

A Concentração em Odivelas em defesa dos transportes públicos e pelo direito à mobilidade;

A Campanha pelo alargamento do passe social intermodal a toda a Área Metropolitana de Lisboa, propondo o envolvimento de todos os operadores e carreiras, e com claros e significativos benefícios para os utentes dos transportes públicos.

Proposta do PCP aprovada em todos os municípios e na esmagadora maioria das freguesias, e posteriormente chumbada na Assembleia da República por PS – PSD - CDS e a abstenção do BE.

A campanha Nacional do Partido “Não à Precariedade,….”, que no distrito de Lisboa, está a ter um grande impacto, a alargar o prestigio do PCP junto de milhares de jovens e que temos de prosseguir.

A denúncia das gravosas consequências da privatização dos CTT para a vida das populações, com reflexos na distribuição de correspondência, nos aumentos de custos e tempos de espera e no pagamento tarde e mais horas de pensões e reformas;

Chegando ao ponto ser sugerido, numa das estações, que a abertura de uma conta no banco dos CTT – banco privado – resolveria os atrasos.
As acções de esclarecimento em vários concelhos, junto dos reformados e das suas Associações;

Intervenção e luta que conjugou a luta de massas com a luta institucional nos órgãos autárquicos, na Assembleia da República e no Parlamento Europeu.
Um processo de intervenção e luta que deve ser alargado a outros sectores, que por exemplo, ao nível das empresas e locais de trabalho implica a identificação e elaboração das respectivas reivindicações.

E que junto das populações deve estimular a sua luta contra o anunciado encerramento de 20 balcões da Caixa Geral de Depósitos no distrito, num processo mais geral de fecho, travando o processo de degradação do banco público.

Intervenção e luta que precisamos de alargar e intensificar, numa tarefa de todo o colectivo partidário e de cada militante, em particular, divulgando as propostas do Partido e, envolvendo os democratas e patriotas, na luta pela urgente e necessária ruptura com a politica de direita e a construção da necessária alternativa patriótica e de esquerda.

Amigos e Camaradas

Nos próximos meses vão realizar-se em Lisboa, várias acções nacionais de luta, nas quais a Organização Regional e todo o colectivo partidário, que daqui saudamos, é desde já chamado a dar uma grande e empenhada contribuição, para o seu êxito, destacando-se:

A Manifestação Nacional de Mulheres, promovida pelo MDM, no próximo dia 11 de Março, e já aqui referida, pela Igualdade, por Direitos, pelo Desenvolvimento e pela Paz.

A Manifestação da Juventude Trabalhadora, no dia 28 de Março, que assinalando o dia nacional da juventude, é uma acção de luta pelos direitos dos jovens, contra a precariedade, por um futuro digno.

O Desfile das comemorações populares do 25 de Abril, momento de luta pelos Valores de Abril e de expressão dos problemas, anseios e reivindicações de trabalhadores e populações.

A Manifestação do 1º Maio, grande acção de massas e de luta, que é necessária desde já preparar e mobilizar, em cada empresa e local de trabalho, a partir das reivindicações concretas dos trabalhadores.

Intervenção e luta que a par das grandes acções de massas, deve valorizar e estimular as lutas específicas e concretas nas empresas, freguesias e diferentes sectores.

Amigos e Camaradas

A batalha das Eleições Autárquicas está em preparação, é necessário afirmar o nosso projecto autárquico, divulgar a obra realizada, as propostas para cada concelho e freguesia e os candidatos que propomos.

Em 2013, num contexto de reforço geral da CDU, obtivemos no distrito um bom resultado, nomeadamente com a vitória em Loures, em mais freguesias e mantendo a maioria no Sobral de Monte Agraço.

O trabalho que temos realizado durante os últimos 4 anos e a grande campanha de massas que vamos realizar, dá-nos confiança de que é possível tornar a CDU e o PCP mais fortes, no distrito.

Alargando assim o número daqueles que passam a usufruir dos benefícios da gestão da CDU, baseada nos princípios de Trabalho, Honestidade e Competência, que fazem deste projecto autárquico, um projecto distinto.

Camaradas e Amigos

As muitas tarefas e solicitações que temos pela frente, exigem um Partido mais forte, mais actuante, com mais intervenção e iniciativa politica, e isso implica nomeadamente:

Reforçar o Partido nas empresas, recrutando mais trabalhadores para criar mais células e reforçar as organizações de massas.

Uma tarefa que implica falar com muitos e muitos trabalhadores para que adiram ao PCP e tornem este partido mais forte, lá onde se trava a luta de classes.
Temos objectivos definidos e ousados, que implicam recrutar só este ano - 300 novos militantes - e temos de avançar mais neste importante trabalho, para o futuro do Partido e da luta dos trabalhadores.

Debater em toda a organização a importância da independência financeira do Partido, e o papel destacado que a quotização tem para o alcançar.
O pagamento regular da quota e o aumento geral do seu valor, tendo como referência o valor de 1% do rendimento de cada militante, são determinantes para alcançar esse objectivo central na vida do Partido.

Implicando isso um amplo debate colectivo e a abordagem individual de cada militante, a começar pelos mais responsáveis.

Alargar a compra e venda do Avante, convencendo mais camaradas e amigos da importância da sua compra e leitura, enquanto instrumento fundamental na batalha ideológica e politica que travamos, aumentando a rede de difusores e de pontos de venda e estimulando a realização de bancas de rua;

Preparar desde já a Festa do Avante, a realizar em 1, 2 e 3 de Setembro com uma particular atenção à venda e compra antecipada da EP. E podem-no fazer já hoje neste comício;

Estimular a iniciativa e intervenção política das organizações do Partido em ligação aos problemas concretos dos trabalhadores e das populações, e na dinamização da sua luta.

Vivemos tempos exigentes, com muitas incertezas no Mundo, mas em simultâneo convivemos com grandes potencialidades de alargar o Partido, que não podemos desvalorizar.

Vamos ao trabalho, com confiança, determinação e combatividade, na defesa dos trabalhadores e das massas populares, na luta pela concretização de uma alternativa patriótica e de esquerda, pela transformação revolucionária da sociedade.

Viva o 96º Aniversário do PCP
Viva a JCP
Viva o Partido Comunista Português