O Teatro de Revista é um género intrinsecamente popular, com presença em diversos países. Em geral, a dramaturgia e a representação cénica centram-se em questões da realidade política e crónica social, apresentados em forma de esquetes satíricos, entremeados por quadros musicais e/ou de dança.
A “Revista à Portuguesa” apresenta características próprias da cultura, história e sociedade portuguesas. Tem características radicadas na estética tradicional portuguesa, nomeadamente no Teatro Vicentino (séc. XVI). Desempenhou um papel na resistência política ao fascismo, foi centro de formação de milhares de artistas, marcando os roteiros culturais de Lisboa, com o Parque Mayer.
Contudo, este género tem sofrido, nos últimos anos, um desgaste que é consequência da falta de apoios e da degradação das políticas culturais, que contribuíram para o afastamento de artistas e técnicos, para a degradação dos equipamentos (caso dos teatros Variedades e Maria Vitória, no Parque Mayer) e para a diminuição dos públicos.

Pergunto à Comissão Europeia:
1. Que apoios da UE, no âmbito do Programa Europa Criativa ou outros, podem ser mobilizados para apoiar géneros tradicionais de teatro e de performance artística, actividade de grupos e recuperação de património construído?
2. Que formas de valorização imaterial da “Revista à Portuguesa”, enquanto género eminentemente português e popular, marca do património cultural, poderão ser consideradas?