Intervenção de Miguel Viegas no Parlamento Europeu

União bancária – Relatório anual de 2018

A questão da União Bancária é ilustrativa do debate em curso em quase todas as matérias que são discutidas aqui em plenário em matérias de assuntos económicos. O sistema bancário que deveria ser um instrumento de apoio ao investimento. de apoio ao desenvolvimento tornou-se num enorme problema para a União Europeia.
E, portanto, a questão que deveria ser colocada é se temos hoje um sistema bancário capaz de cumprir o seu papel de canalização do crédito ao investimento na economia real. Mas a verdade é que ainda estamos a discutir como vamos limpar os balanços dos bancos. Mas estamos a fazê-lo sem beliscar as razões que estiveram na base da espiral especulativa que levou à crise financeira e económica que nos trouxe até aqui.
Neste ano que passou, pouco ou nada se avançou. Os rácios de Basileia III maquilharam um pouco os balanços, mas a verdade é que os bancos continuam com níveis de alavancagem elevadíssimos. Continuam as operações de fusões e aquisições com a emergência de megabancos. Finalmente temos agora mais uma vez os governos através do mecanismo europeu de estabilidade ao serviço do fundo único de resolução. Ou seja, mais uma vez os fundos públicos ao dispor dos caprichos do sistema financeiro.
Nós não temos ilusões, o que se impõe não é o profundamente da União Bancária. O que se impõe é o controlo público dos bancos por forma a colocar o sistema financeiro ao serviço da economia e não o contrário.

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