Encontro com intelectuais e artistas

Tempo de escolhas decisivas

Tempo de escolhas decisivas

As magníficas instalações da Cooperativa Árvore (uma casa senhorial do século XVIII com uma magnífica vista sobre o Douro) acolheram o encontro de Jerónimo de Sousa com intelectuais, artistas e quadros técnicos do Porto, realizada na tarde de segunda-feira. Nem podia ser de outra forma, dada a tradição de democracia, liberdade e pluralismo daquela instituição, realçou Honório Novo, que apresentou a iniciativa. O próprio Secretário-geral do PCP dedicou-lhe as primeiras palavras da sua intervenção, lembrando o seu papel na difusão da cultura e da arte, a sua resistência corajosa à ditadura e o seu combate de sempre contra o obscurantismo e pela liberdade.

Após saudar, um a um, os presentes, o Secretário-geral do PCP lembrou que a actividade das profissões intelectuais está, no essencial, «associada à promoção e concretização de direitos individuais e sociais fundamentais». Fica assim claro porque é que a política de direita procura degradar as condições de trabalho dos trabalhadores intelectuais e proceder à compressão dos níveis de autonomia relativa do trabalho intelectual.

Chamando a atenção para a «forte pressão» existente para a instrumentalização dos intelectuais e para a capitulação de PS, PSD e CDS perante os interesses e imposições do grande capital nacional e internacional, Jerónimo de Sousa apelou à participação mais activa dos intelectuais e quadros técnicos na definição do futuro do País. Em seguida, apresentou um conjunto de propostas para os sectores da cultura, do ensino superior, da ciência e da investigação: a dotação de um por cento do Orçamento do Estado para a cultura (evoluindo até final da legislatura para um por cento do PIB); o fim das propinas no ensino superior, a revogação do estatuto do bolseiro e a criação da carreira de investigador foram algumas das medidas apontadas.

Os tempos que vivemos, afirmou o Secretário-geral do PCP, são marcados pelas incertezas, receios e até medo», mas é também um tempo de «fazer grandes escolhas e tomar partido pela ruptura e pela mudança. Apelando ao voto na CDU no próximo domingo, Jerónimo de Sousa realçou que na luta pela alternativa patriótica e de esquerda «é necessário que os democratas, os homens e as mulheres de de esquerda perceberem que são as suas escolhas políticas, e também eleitorais, que mais podem assegurar um novo e esperançoso caminho para o desenvolvimento do País».