Intervenção de Carla Cruz na Assembleia de República

Sobre o voto de congratulação pela Queda do Muro de Berlim apresentado por PS, PSD e CDS

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Na intervenção do PCP sobre o voto apresentado por PS, PSD e CDS de congratulação pela queda do Muro de Berlin, Carla Cruz afirmou que nestes 25 anos construiu-se uma europa e, particularmente a UE, mais desigual, mais injusta, marcada por uma violenta ofensiva exploradora contra os trabalhadores. Ofensiva que ameaça os povos europeus e os trabalhadores com uma regressão social de dimensão civilizacional.

Senhora Presidente,
Senhores Deputados,

O voto apresentado por PS, PSD e CDS- PP é, mais uma tentativa, para reescrever a história e branquear a realidade atual.

Há 25 anos propagandearam que vinha aí o reino da paz e da prosperidade universal.

Nestes 25 anos a vida e a realidade desmente de forma cabal e categórica a propaganda então feita do progresso e da abundância, do respeito pelos direitos humanos e a paz.

Nestes 25 anos construiu-se uma europa e, particularmente a UE, mais desigual, mais injusta, marcada por uma violenta ofensiva exploradora contra os trabalhadores. Ofensiva que ameaça os povos europeus e os trabalhadores com uma regressão social de dimensão civilizacional.

Hoje na europa, nomeadamente, na UE nega-se aos povos e aos trabalhadores a proteção social, voltaram a sentar-se à mesa a fome e a miséria.

Hoje na europa e, especialmente, na UE, há milhões de trabalhadores a quem é negado o direito ao trabalho.

Nestes 25 anos, contrariamente, ao que propalam os propoentes deste voto, não houve mais prosperidade e maior justiça na redistribuição da riqueza. O mundo está mais injusto e perigoso!

Hoje 0,7% da população mundial detém 44% da riqueza mundial.

O mundo e a europa não estão mais seguros. Basta olharmos para os avanços e as investidas que os Estados Unidos e os seus aliados – NATO- têm feito, as agressões e guerras, a ocupação e destruição de países, os milhões de mortos, a promoção de organizações fascistas e xenófobas, o sofrimento imposto a povos inteiros para contrariar a tese acima enunciada.

A evolução da situação na europa, e, muito especialmente, na União Europeia, nos últimos 25 anos não confirma nenhuma das premissas, nem vaticínios feitos, antes pelo contrário, representa sérios retrocessos históricos e civilizacionais. Retrocessos que serão travados com a luta dos trabalhadores e dos povos. Luta que os libertará das cadeias da exploração e opressão, que garantirá de facto a liberdade, a democracia, o progresso social e o socialismo.

Disse,

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