Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Sobre uma política industrial europeia completa no domínio da inteligência artificial e da robótica

O conjunto notável e efervescente das tecnologias mais recentes, nomeadamente nas áreas das tecnologias de informação e comunicação, da automatização e da robótica, da informatização e da inteligência artificial, da electrónica e da nanotecnologia, da engenharia genética e da biologia, entre outras, configuram um panorama de profundas alterações tecnológicas, eventualmente merecedor da designação de revolução científica e técnica, susceptível de modificar profundamente os tecidos produtivos, com profundas implicações na produção e na distribuição da riqueza, no emprego e na qualidade do emprego e na acção colectiva.

A apropriação capitalista das novas tecnologias - da qual a “política industrial europeia” é fiel percursora - com a competição entre trabalhadores e máquinas, impulsiona a exploração, reedita velhas formas de organização do trabalho e constitui um fortíssimo estímulo de precarização das relações laborais, com a generalização do trabalho irregular, a tempo parcial, a prazo, sem horários, sem condições, sem direitos e tantas vezes sem contrato.

Não é difícil reconhecer que o relatório contém, em certos aspectos, propostas positivas. Mas mesmo estas, só serão determinantes, se estiverem ao serviço da elevação das condições de vida da população, e em particular dos trabalhadores, e não ao serviço dos interesses privados. Por isso neste, como noutros relatórios de teor semelhante, abstemo-nos.

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