Declaração de voto de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre a situação na Turquia

A resolução assume deliberadamente um tom mais moderado que tantas outras resoluções votadas no PE. Os interesses geoestratégicos e políticos da UE, nomeadamente o envolvimento da Turquia no conflito sírio, o seu papel enquanto membro da NATO, e os interesses económicos naquele país, sobrepesam para essa contenção, mantendo, ainda assim a postura de interferência e ingerência. Ausência evidente no texto, a referência ao criminoso Acordo UE-Turquia, em torno da crise humanitária dos refugiados, que a UE pretende manter a todo o custo. Como é evidente a ausência de qualquer referência à resolução da ilegal ocupação de Chipre. Refere-se o congelamento temporário do processo adesão, associado a um conjunto de críticas às detenções, às perseguições, à repressão depois do golpe.
Estamos atentos e apreensivos quanto à situação na Turquia, nomeadamente no que à brutal opressão e repressão contra as classes trabalhadoras e os partidos, as organizações de classe e outras forças progressistas que no terreno lutam pela liberdade e democracia. Uma repressão e autoritarismo das políticas do governo turco que não começaram no golpe de estado, como de forma cínica os dirigentes europeus e este parlamento parecem agora ter descoberto, procurando lavar a cara da cumplicidade que sempre tiveram com as forças no poder.

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