Os sistemas de armas letais autónomas podem alterar radicalmente os cenários de guerra, acelerar significativamente a rapidez e a sequência das interações militares hostis e desencadear uma corrida ao armamento sem precedentes. Suscitam questões fundamentais de caráter ético e jurídico no que toca ao controlo por seres humanos, nomeadamente sobre funções críticas como a seleção de alvos e o lançamento de ataques. Questiona a aplicabilidade do direito internacional em matéria de direitos humanos e do direito humanitário internacional.
Acompanhando a necessidade de agir com urgência para evitar a proliferação de sistemas de armas letais autónomas - que países como França e Alemanha rejeitam - , um perigo real para a humanidade, entendemos que esta acção deve ser promovida pelos Estados enquadrada nos compromissos de desarmamento e não proliferação das Nações Unidas. A UE, pelo contrário, promove o militarismo, desenvolvendo políticas como a Cooperação Estruturada Permanente, o Fundo Europeu de Defesa e o Programa Europeu de Desenvolvimento da Indústria no domínio da Defesa, que mais não visam que reforçar a sua capacidade militar e lançar-se numa escalada agressiva. Rejeita, na prática, uma política de paz e desarmamento.
Não obstante estas preocupações, votámos favoravelmente, pela necessidade premente de agir tendo em vista a abolição dos sistemas de armas letais autónomas.