Este relatório não se afasta muito dos que o precederam em anos anteriores. Tem, quanto muito, a qualidade de fazer uma boa avaliação das condições sociais dos Estados-Membros, no que concerne ao desemprego, à pobreza e exclusão social, à crise demográfica, ao envelhecimento da sociedade, ainda que essa avaliação não se constitui como crítica, mas com referências constantes ao facto de que os indicadores têm vindo a melhorar.
Essa melhoria, que quando existe é muito tímida, não se deve seguramente à conta da coordenação das políticas económicas nem ao Semestre Europeu. Portugal é o espelho dessa timidez, limitações e constrangimentos que as políticas da UE impõem ao desenvolvimento de políticas que efectivamente invertam o ciclo de pobreza e exploração.
Como o relatório, ainda que esteja correto no diagnóstico, mantém as mesmas respostas de emprego e de políticas sociais para os problemas persistentes (com a adição do Pilar Social como resposta mágica), a mesma lógica de desregulação do trabalho, de depleção dos serviços públicos e das respostas sociais, de privatização massiva, de apoio indiscriminado ao capital monopolista, não pode ter uma resposta diferente que não o voto contra.