Intervenção de Miguel Viegas no Parlamento Europeu

Sobre a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que altera o Regulamento (CE) n.º 924/2009 no que respeita a determinados encargos de pagamentos transfronteiriços na União e aos encargos de conversão cambial

Entendemos a preocupação com os pagamentos transfronteiriços. Compreendemos até as vantagens de alinhar o custo destas transações com os valores praticados dentro de cada estado membro.
Mas o verdadeiro problema está no custo elevadíssimos que os nacos cobram por estes serviços que, mesmo internamente, chegam a atingir valores exorbitantes. Alias, é o próprio BCE que incentivou os bancos a aumentarem as suas comissões para aumentar a rentabilidade do seu capital. São declarações públicas da responsável máxima pelo Sistema Único de Supervisão que atestam esta orientações.
Os cinco principais bancos a operar no mercado nacional captaram em 2018, 1.876 milhões de euros em comissões, um aumento de praticamente 100 milhões de euros, relativamente ao ano anterior. A cada dia que passa as instituições financeiras sacam dos seus clientes 5,14 milhões de euros.
Ao mesmo tempo, a banca em Portugal despediu só em 2017 mais de 4000 trabalhadores, encerrando centenas de balcões com especial destaque para as regiões mais desfavorecidas. E temos mais uma vez os bancos a lucrar dos dois lados à custa dos clientes e dos trabalhadores.

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