Declaração de voto de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre as prioridades da UE para as sessões do Conselho dos Direitos do Homem das Nações Unidas em 2017

As prioridades da UE para as sessões do CDHUN são um grotesco exercício de ocultação das constantes violações de direitos humanos pela União Europeia. Coloca a União Europeia um paladino da sua defesa, mas aí estão as mortes no Mediterrâneo; aí está o aumento das medidas securitárias e de limitações dos direitos fundamentais dos cidadãos de diferentes estados-membros sobre pretexto de combate ao terrorismo; aí os ataques à liberdade de imprensa denunciados em diversos Estados-Membros; aí estão as descriminações de género ou por orientação sexual; aí está a agenda racista e xenófoba da UE para as migrações; aí estão as desigualdades, a exploração, a pobreza.

A par do apoio ao Tribunal Penal Internacional, que rejeitamos porque ilegítimo, oculta o papel da União Europeia e da NATO em conflitos como o da Síria, da Líbia, do Iraque ou do Afeganistão. Nem uma crítica a Israel e às gritantes violações dos direitos humanos e de terrorismo de Estado com que atentam contra a Palestina o seu povo. Apoia-se o governo fascista ucraniano, não existindo uma única crítica à perseguição a comunistas, progressistas e democratas ucranianos.
Muitos outros exemplos poderiam ser dados. Evidente também, o recorte neocolonial com que se tratam os países africanos referidos na resolução.

Votámos contra.

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