Intervenção de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre o primeiro aniversário da assinatura da Convenção de Istambul pela UE

A evidência e dimensão da violência contra as mulheres, provavelmente, nunca terá tido tanta projecção mediática e visibilidade. Somam-se variados instrumentos estratégicos de combate à violência de que a Convenção de Istambul, será, porventura, o de maior alcance.
Apesar disso, a tendência de agravamento da violência sobre as mulheres não parece mostrar sinais de ser invertida.
Não por acaso, as políticas de austeridade, de desinvestimento económico e social, de ataque a direitos, promovidas com o beneplácito da UE, e o consequente aumento das desigualdades, da pobreza, da exploração laboral, outras expressões de violência humana, foram acompanhados de maiores níveis de violência sobre as mulheres.
Será, porventura, a maior evidência de que é impossível dissociar violência do modelo socioeconómico e das opções políticas que o definem. E que não bastam diplomas, recomendações, leis para alterar a realidade. Exigem-se outras políticas!
A talhe de foice, não se pode, como alguns pretendem em Portugal, ignorar outras ignóbeis formas de violência, como a prostituição, procurando legitimá-la a pretexto de falsas liberdades de escolha ou conceptualizações de trabalho que rejeitamos.

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