Declaração de voto de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre Mulheres, igualdade de género e justiça climática

O relatório avança um conjunto de considerações oportunas, a respeito do impacto das alterações climáticas, numa abordagem sócio económica, e de como aquelas impactam e se fazem somar às crescentes desigualdades não só entre homens e mulheres, como entre regiões, entre povos, entre classes. Os dados são de tal forma esmagadores, que é impossível escamotear que são particularmente os mais pobres os mais afectados pelos efeitos das alterações climáticas.
Distanciámo-nos da tentativa de impregnar no relatório, e que mereceu o nosso voto contra, da instauração de sanções a países que não se alinhem com as políticas da UE, ou que não imponham princípios como o da paridade, ou ainda a condicionalidade de apoios ao desenvolvimento ao cumprimento de supostos padrões de direitos humanos determinados pela UE. Sabemos o que este moralismo carrega de hipocrisia e ingerência sobre países soberanos.
Registamos ainda, que ao longo do relatório, não se produz uma referência consequente de causa efeito, ou seja, de enumerar das razões que levam não só às alterações climáticas, como aos elevados e crescentes níveis de desigualdade: o sistema de exploração capitalista, que está na génese e na matriz de classe da UE.

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