Declaração de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre a luta contra as violações dos direitos humanos no contexto dos crimes de guerra e dos crimes contra a humanidade, incluindo o genocidio

Estamos fortemente empenhados em denunciar e pôr termo à impunidade de todo e qualquer crime — contra a Humanidade, crime de guerra, crime de agressão, ou qualquer outro.
Não podemos, contudo, pactuar com o cinismo e hipocrisia que transpira desta resolução, onde se apresentam os direitos humanos de forma manipulada e enviesada, definindo países como alvos políticos, em função de interesses geoestratégicos e económicos. De fora, sem surpresa, países com os Estados Unidos da América, Israel, a Arábia Saudita ou mesmo a UE e vários dos seus estados-membros, que desde longa data, dão exemplos ao mundo das piores atrocidades contra os povos, inclusive em solo europeu.
Ao mesmo tempo, promove-se de forma explícita a a defesa da ingerência externa na situação política interna de países soberanos, defendendo a necessidade de a UE identificar e responder de forma célere a situações de crise ou de conflito, nomeadamente no quadro do desenvolvimento da PCSD.
A retórica em torno do Tribunal Penal Internacional, e defesa de sanções contra os países sujeitos a inquérito, atenta contra o que devem ser decisões soberanas dos povos e omite grosseiramente o seu papel de branqueamento da história, como os bombardeamentos da NATO na Jugoslávia e o falso argumentário desenvolvido.
Votámos, obviamente, contra.

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