Sobre a execução da Iniciativa para o Emprego dos Jovens nos Estados-Membros

Percentualmente, o desemprego jovem constitui o dobro do desemprego global nos Estados-Membros, chegando em determinadas realidades a ultrapassar os 40%. Em Portugal mantém-se próximo dos 25%, números oficiais. Uma realidade dramática e tendencialmente crescente.
O relatório resulta num documento esquizofrénico, em que tanto se hiperbolizam as virtudes destes programas, como se identificam as suas limitações estruturais e de alcance prático, como é disso exemplo a referência ao facto de que apenas 4% dos participantes completaram o programa.
Critica a precaridade mas apresenta uma receita baseada em estágios, que em Portugal não se traduzem na necessária consequência de criação de vínculos permanentes, antes na subsidiação de mão-de-obra altamente qualificada a baixo custo para as entidades contratantes.
Assume uma postura de responsabilização dos Estados, desligando-se das responsabilidades que as políticas da UE têm no aumento do desemprego, da degradação das relações laborais, das desigualdades.
O relatório ressalta a insuficiência dos fundos alocados, para produzir um instrumento realmente impactante, o que só valida a nossa sistemática proposta de reforço orçamental, lamentavelmente rejeitada no PE pela direita e social-democracia.
A resolução deste problema estrutural passa pelo investimento produtivo, pela promoção de trabalho com direitos; pelo direito à educação e saúde públicas, gratuitas e de qualidade; por uma segurança social pública, solidária, universal.
Abstivemo-nos.

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