Declaração de voto de Miguel Viegas no Parlamento Europeu

Sobre a diplomacia climática

O relatório adopta uma perspectiva de “diplomacia” que não meramente retórica, ou seja, parte do reconhecimento da existência de competências da UE neste domínio. A defesa de mais meios financeiros e humanos para o Serviço Europeu de Acção Externa acentua um caminho de usurpação de poder aos Estados numa área que toca no âmago da sua soberania. Este é um ponto de divergência incontornável que temos face ao conteúdo deste relatório.
Acompanhamos muitas das preocupações expressas no relatório, nos domínios ambiental e humano. Acompanhamos a preocupação relativa à necessidade de articular esforços e prosseguir objectivos comuns, no plano internacional, nestes domínios.
Mas não ignoramos que a temática das alterações climáticas tem sido utilizada por alguns como o perfeito biombo para tentar ocultar indisfarçáveis ambições de recolonização imperial do planeta.
A abordagem de mercado à problemática das alterações climáticas já revelou sobejamente a sua ineficácia e perversidade. Não obstante, o relatório defende que o regime do comércio de emissões se alargue a mais regiões do planeta e se integre num mercado único. Outro incontornável ponto de divergência.
O que parece mover os proponentes desta abordagem será mais fazer das alterações climáticas uma oportunidade de negócio do que reduzir a emissão de gases de efeito de estufa e atacar genuínos problemas ambientais.

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