Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Sobre o aumento dos transportes públicos

Os aumentos dos transportes públicos decididos pelo Governo, que entrarão em vigor a partir da próxima segunda-feira, 1 de Fevereiro, merecem do PCP os seguintes comentários:

O PCP considera que o Governo não teve em conta na decisão dos valores das tarifas, a importância dos transportes públicos no plano social, na qualidade de vida, na protecção do ambiente e os níveis de preços já praticados.

Os aumentos decididos não vão ao encontro da promoção do carácter de serviço público que o Estado deve defender, inserindo-se antes numa política de fazer recair os encargos sobre aqueles que vivem do seu trabalho.

Há aumentos de bilhetes muito acima da taxa de inflação e no que se refere aos passes sociais a situação é idêntica.

Se tivermos em conta que de 95 a 98 (no fundamental correspondendo ao período de governação do PS) os passes sociais tiveram um aumento de 14,8% e no mesmo período a inflação, segundo os números do IPC/INE registou um valor de 12,4%, concluímos que, sem contar com o aumento de 1999, o custo dos passes já era superior ao índice de preços ao consumidor.

No entanto, apesar desta situação, o Governo PS decidiu agravar o custo dos passes sociais em mais de 2,3% (cálculos feitos na base do passe L123), valor que ultrapassa a taxa de inflação prevista para 1999, situação tanto mais criticável quanto se verificou uma redução dos preços da electricidade e do gasóleo, reduzindo por esta via custos de exploração.

O PCP, reclama uma política de preços dos transportes públicos que se insira numa verdadeira promoção do transporte colectivo o que manifestamente não sucede com a orientação prosseguida até aqui.

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