Intervenção de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Situação Social e Política em Portugal

O acordo assinado entre FMI, BCE, EU e a troika portuguesa revela-se todos os dias como aquilo que verdadeiramente é – um Pacto de Agressão contra o Povo e os Trabalhadores portugueses. Vivemos num quadro de continuada recessão económica que levou a que só no 2º trimestre de 2011 se tenham perdido mais de 157 000 empregos e que tenham desaparecido 40 mil empresas. O desemprego atingiu em sentido lato, uma taxa de 20,3%. Um quarto da população portuguesa vive, segundo dados do Eurostat, no limiar da pobreza. Aprofundam-se os desequilíbrios na distribuição do rendimento. A pretexto da crise, o governo tenta retirar direitos dos trabalhadores, lançando-os na precariedade e no desemprego. A pretexto da crise e a mando das instituições como a União Europeia, privatiza sectores como o da electricidade, alienando o património e a riqueza colectiva do país. Corta no financiamento do Serviço Nacional de Saúde e aumenta as taxas para os utentes, medida que poderá estar vergonhosamente associada ao pico no índice de mortalidade em Portugal. E perante todo este desastre social, as instituições europeias, o governo e o PS, continuam a vociferar as mesmas medidas. Portugal necessita de um novo rumo que inclua a renegociação da dívida, o apoio do Estado às actividades produtivas, a recuperação para a esfera pública de sectores estratégicos da economia e uma reforma fiscal verdadeiramente redistributiva. Por um rumo diferente, os trabalhadores portugueses participarão massivamente na próxima grande jornada de luta – a Greve Geral de 22 de Março.

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